Quando se lembra de abelhas, quase que de forma automática muitos pensam em flores e plantas. Falar em abelhas nos remete a flores, alegria, jardins, cores e cheiros. A começar pelo cheiro das abelhas, pois cada espécie possui um cheiro próprio, além do mel que elas produzem que também tem aromas diferentes, conforme a espécie da abelha e as plantas de onde elas coletaram o néctar.
“Esta associação, que naturalmente fazemos, vai muito além da poesia, é uma interação vital, uma vez que as abelhas dependem das plantas para encontrarem alimento e, muitas vezes, locais para a construção de seus ninhos”, afirma o produtor Flávio Teixeira, à reportagem do NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS.
Por outro lado, as plantas se beneficiam com a visita das abelhas que, durante a busca por recursos alimentares, transportam grãos de pólen e terminam por realizar a fecundação das flores, garantindo a reprodução das espécies vegetais.
“Este processo contribui para aumentar a variabilidade genética das plantas. Além disso, algumas espécies de abelhas podem fazer a dispersão de sementes, auxiliando as plantas a originarem novos descendentes no ambiente”, explica.
RIACHINHO
Na comunidade de Novo Riachinho, município de Monte Azul, Norte de Minas, Flávio Teixeira vem produzindo junto com vizinhos da Associação de Produtores, mel de boa qualidade que são comercializados na região. Ele possui mais de 1.600 árvores de acácias, que são utilizadas pelas abelhas sem caixotes numa pequena área de sua propriedade.
Após vir der São Paulo, resolveu investir na região no apiário. Outro produtor Valdir Rodrigues, da Associação dos Produtores monteazulenses, trabalha com mel desde 2020, colmeias, polinização, ceras, produtos apícolas denominados saúde em favos e atende pelo telefone (38) 99745-7219.
Segundo ele, na busca por recursos vegetais, as abelhas visitam um conjunto de espécies de flores, que são diferentes para cada espécie de abelha e para cada região, visto que os diferentes biomas têm composições florísticas próprias.
O conhecimento da flora visitada pelas abelhas é fundamental para a manutenção das colônias, porque é a partir dela que as abelhas encontram alimentos para a sua sobrevivência, possibilitando ao meliponicultor a formação de pasto apícola em áreas degradadas, ou o enriquecimento da vegetação local com espécies melíferas. Lembrando que, além do néctar, as abelhas coletam pólen, produz cercas, óleos e resinas.
No Brasil, há biomas na Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa. Dentro deles, ocorrem diferentes fitofisionomias, com composições florísticas próprias para cada região, evidenciando quanto é importante conhecer a flora regional aqui no Norte de Minas.
“Para auxiliar os meliponicultores nessa bonita empreitada de cultivar flores para as abelhas, apresentamos uma lista de espécies utilizadas para o fornecimento de recursos tróficos.
É claro que devido à extensão do território brasileiro e sua complexidade florística não há pretensão de abranger todas as espécies, mesmo porque existem lacunas a serem preenchidas sobre a flora de várias regiões. Existem diversas espécies visitadas por abelhas, a qual será ampliada à medida que novas informações surgem”, afirma ao NJN, Teixeira.