O Norte de Minas vai ganhar dois parques multissensoriais destinados a explorar os sentidos e diversas experiências para a reabilitação da pessoa com deficiência, em especial intelectual e do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa de implantação do projeto é da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que está disponibilizando R$ 9,3 milhões para investimentos em todas as regiões do Estado.
A Deliberação 4.442 da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS) e a Resolução 9.124, publicadas pela SES-MG no dia 20 de novembro, definem que cada Centro Especializado em Reabilitação – (CER) receberá R$ 300 mil para a compra de equipamentos para a instalação dos parques multissensoriais. O recurso será repassado em parcela única aos fundos municipais de saúde e as instituições gestoras dos CER terão prazo de 24 meses para a execução do projeto.
Na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) está sendo contemplado o Centro Especializado em Reabilitação de Janaúba. A unidade é administrada pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Também está incluído no projeto o CER de Januária, que também é administrado pela APAE. Nesse caso, o Centro Especializado em Reabilitação está sediado na área de jurisdição da Gerência Regional de Saúde de Januária.
O coordenador de atenção à saúde da SRS, João Alves Pereira explica que “na hipótese da existência de parque multissensorial no CER contemplado pela Resolução 9.124, mediante comprovação via ofício e fotos a serem enviados à SES-MG, os valores destinados à instituição poderão ser utilizados para aquisição de outros equipamentos ou materiais permanentes que se enquadrem na mesma tipologia”.
O parque multissensorial deverá apresentar diferentes equipamentos de estimulação que deverão, obrigatoriamente, ser integrados e coordenados por um software. O espaço onde o parque for instalado deverá ter metragem mínima de 20 metros quadrados. Vinte por cento do recurso destinado aos Centros Especializados em Reabilitação poderá ser utilizado para ajustes no ambiente onde o parque será instalado.
Entre outros equipamentos a Resolução prevê que o recurso poderá ser utilizado na compra de software para integração do parque multissensorial; projetor HDMI; soundbar; cascata de fibra ótica; piscina de bolas transparentes com efeitos luminosos; coluna de bolhas; piano humano comandado por software; simulador de chuva artificial; iluminação perimetral com sistema wi- -fi; tablet; colchonete de espuma; kit refletores; parede de escalada infantil; simulador de vento decorativo; projetor de estrelas e máquina de bolhas de sabão.
A superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques avalia que “a iniciativa da SES-MG de viabilizar a implantação dos parques multissensoriais amplia os serviços disponibilizados à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e reforça o trabalho executado pelos Centros Especializados em Reabilitação, possibilitando novas alternativas para o atendimento de demandas e tratamento das pessoas com deficiência intelectual ou com transtorno do espectro autista”.
TERAPIAS – Os parques multissensoriais integram e otimizam as terapias em um só lugar, estimulando e favorecendo o desenvolvimento da audição, visão e do tato, paladar, equilíbrio e movimento. É uma ferramenta que possibilita aos profissionais de diferentes áreas trabalhar a autonomia e a independência das pessoas com deficiência e, principalmente, aquelas com transtornos sensoriais.
As terapias podem ser individuais ou em grupo, dependendo das necessidades e do perfil dos usuários dos Centros Especializados em Reabilitação. Os parques também podem desenvolver e potencializar a sociabilidade de deficientes que apresentam déficits na comunicação e na interação social.