A segurança no Mercado Central de Montes Claros tem sido alvo frequente de reclamações, tanto por parte de usuários, quanto dos donos empreendimentos que trabalham por muitos anos desde a sua inauguração. No Mercado, vendedores têm enfrentado problemas com as constantes ações de dependentes químicos. O proprietário de açougue, Alfeu Freitas Abreu, mais conhecido como Camarão, afirma que o Mercado Central passa por um momento especial com sua revitalização, apesar de haver certa insegurança. Ele defende que com a revitalização, a prefeitura deve melhorar o sistema de ventilação no interior do Mercado para evitar a perda de mercadorias, como sempre aconteceu com alguns comerciantes que “amargam” diversos prejuízos.
O açougueiro começou a trabalhar no antigo Mercado, quando tinha apenas 7 anos. Camarão elogia o vice-prefeito Guilherme Guimarães, afirmando que ele sempre está fiscalizando as obras ali realizadas. Mas se queixa da falta de linhas de ônibus para o Mercado. A parte elétrica está precisando ser recuperada, assim como a hidráulica e o estacionamento não atende os feirantes e consumidores, apenas pessoas de órgãos públicos e vizinhos que colocam os seus veículos ali e saem.
“É uma incógnita esse Mercado”, afirma Alfeu Abreu, que também é presidente do SindiCarnes de Montes Claros, à reportagem do NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS. Há muitos furtos por aqui e moradores de rua perturbando o dia todo, além da demarcação do estacionamento”, afirma.
COMPRAS – O mototaxista Amadeu Anjos Silva, residente na Vila Atlântida, que sempre compra na banca de “Camarão”, uma carne para levar para sua família. Ele elogia a revitalização do Mercado, contudo, chama a atenção da segurança ale e solicita mais policiamento e rondas para evitar a prática de furtos e segurança dos que procuram ali para fazer suas compras. “Aqui tá limpo e precisa manter mais ainda essa limpeza. Eu gosto muito de vir ao Mercado”, afirma ao NJN.
“Se deixar uma bicicleta ou outro objeto do lado de fora, pode ter certeza que não encontra mais no dia seguinte. O pessoal não está poupando nada. Alguns deles cometem pequenos furtos e pedem as pessoas dinheiro. Várias queixas são levadas para a administração da feira, mas não resolvem nada”, disse a dona de restaurante Luiza Sousa. O gerente tem feito e atendido todos os pedidos encaminhando à prefeitura, para as providências.
Já o feirante Kenedy Queiroz Loyola, que vende requeijão, queijos, rapadura, cachaça, entre outros produtos regionais, os dependentes químicos ficam lá foram e não tem vez porque a Guarda Municipal age na hora correndo com eles, principalmente aqueles que chegam de outras cidades e são considerados estranhos.
Os proprietários de uma barraca afirmam que no Mercado está passando por boa reforma e vem dando outro ar com várias modificações que estão sendo feitas e até mesmo policiais do Ronda são chamados com frequência ao local. “Somos feirantes aqui há mais de 33 anos, desde o antigo Mercado, que funcionava na Rua Coronel Joaquim Costa, centro da cidade, e esse problema de furtos veio se agravar de três anos para cá, após a pandemia da covid-19, observa.
A maioria das confusões é ocasionada por dependentes químicos, que ficam perambulando próximo da entrada da feira. Estamos cansados de ver eles se enfiando nos banheiros para fumar maconha ou se embebedar”, denuncia.
Conforme o feirante, no passado havia uma guarita que dava apoio aos vendedores e consumidores, mas foi desativada numa dessas administrações anteriores a do prefeito Humberto Souto.
RAIZEIRO – Já o mais antigo barraqueiro Francisco Santos, o Chico Raizeiro há mais de 50 anos nos dois Mercados – antigo e atual, afirma que as obras do Mercado estão lentas, porém acredita que elas serão concluídas pela seriedade da atual administração do prefeito Humberto Souto. Aos poucos, a revitalização vai tornando-se realidade. O ideal é que os barraqueiros fossem transferidos para o pátio por questão segurança não dá para fazer isso, lamenta o aposentado e comerciante de 82 anos.
“Lembro-me que aqui dentro havia também a presença da Polícia Militar, mas agora nas vésperas do Natal policiais militares e a Guarda Municipal estão no pátio – ao lado do estacionamento. Onde era o Restaurante Popular que nos atendia fechou definitivamente e vai dar lugar a um posto policial e uma unidade de saúde da prefeitura”, afirma.
ARTISTA – Grande apreciador e um dos fundadores da Festa Nacional do Pequi, com Ildeu braúna, já falecido, e outros ex-colegas da Secretaria Municipal de Cultura, Agnaldo, o popular cantor e compositor do Grupo Raízes, Charles Boa Vista, aposentado, grande apreciador que é do Mercado, conta que frequenta o Mercado atual e antigo há mais de 50 anos. “Eu amo o Mercado, aqui estão meus amigos comerciantes Kinha, Gêra do Churrasco, Carlinhos, entre outros, que fiz amizade ao longo de todos esses anos na minha vida”, fala.
Também já se apresentou como cantor no hall do Mercado da Avenida Deputado Esteves Rodrigues (Sanitária) com a Rua Marechal Deodoro, onde sempre admirei os feirantes e as rodas de capoeira de Zé Maria e seus alunos.
MORADORES – “Triste ver isso, pois os Mercados comerciais são os mais conhecidos daqui do Norte de Minas”, comenta um professor de Educação Física, que preferiu não se identificar e o vendedor Alessandro Almeida, residente na Rua Floriano Peixoto, residente nas proximidades do Mercado Central há mais de 55 anos desde quando nasceu. Outra preocupação diz ao número crescente de andarilhos na região.
AGRESSÕES – Segundo a secretária Maria Aparecida Dias, alguns deles costumam abordar as pessoas de forma agressiva. “Eu trabalho em uma empresa próxima e volto para casa de transporte público. Costumo sempre ver alguns deles usarem as dependências do Mercado para dormir. Eles costumam também abordar o povo para pedir dinheiro. Quando não recebem, às vezes chegam a ser agressivos”, relata.