Às margens do rio São Francisco, em Pirapora, Norte de Minas, no Baixo Velhas, teve início, na quarta-feira (29), o 11º Encontro de Subcomitês do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas). Com o tema ‘Rio das Velhas, Eu Faço Parte’, o evento reuniu representantes das sub-bacias para aprimorar os processos da gestão participativa, trocar experiências e discutir ações prioritárias.
Participaram do encontro coordenadores dos Subcomitês, coordenadores de Câmaras Técnicas e conselheiros designados – que chegaram à região da foz do Rio das Velhas ainda, terça-feira (28). Na quarta, pela manhã, os trabalhos tiveram início com discussões em torno das principais ameaças e desafios em cada um dos territórios que compõe a bacia hidrográfica do Rio das Velhas. Na UTE (Unidade Territorial Estratégica) Ribeirões Tabocas e Onça, no Médio-Baixo Rio das Velhas, um dos problemas citados foi a mineração clandestina.
“Os desafios realmente se repetem, mesmo com diferenças em cada Subcomitê. Mas eu queria destacar, na nossa região, a presença de lavras clandestinas de quartzo – o que é muito difícil porque, quando você pega uma mineradora grande, o foco está sobre essa mineradora e a ação acontece de forma objetiva. Mas, quando se trata de lavra fragmentada é muito mais difícil, você não sabe onde ela está, como vai combater e o assoreamento vem, acontece e o impacto ambiental é gigantesco”, destacou o representante da prefeitura de Cordisburgo, Flávio Marcial. A UTE, que ainda não possui um Subcomitê consolidado, caminha para também efetivar o seu colegiado, que seria o 20º na estrutura do CBH Rio das Velhas.
Na sequência, com base nos desafios e ameaças expostos em todas as UTEs, foi realizada uma roda de conversa entre os membros dos Subcomitês e os representantes da Diretoria do Comitê presentes: Poliana Valgas, presidenta, e Ronald Guerra, vice. As peculiaridades de cada território, bem como os problemas que são comuns às UTEs, foram discutidos à luz das potencialidades que podem ser trabalhadas no âmbito do CBH Rio das Velhas e seus Subcomitês. “Poder estar em uma reunião ampla com a presença dos representantes das UTEs é muito importante porque a gente pode compreender melhor e dialogar em relação a esses desafios e as especificidades que cada Subcomitê tem. São territórios distintos, há uma diversidade muito grande e é importante ter esse diálogo”, comentou o vice- – presidente Ronald Guerra.
Ele também destacou a importância do momento em que o Encontro de Subcomitês ocorre, logo após a finalização do processo eleitoral no Plenário e Subcomitês do CBH Rio das Velhas. “É fundamental também, nesse processo, a gente poder orientar ou passar informações de como funciona a gestão do CBH, para que as pessoas entendam a importância da participação dos diversos setores, a interação em relação a esses setores, na construção de uma política de revitalização e de recuperação da bacia”, falou.
Ainda no contexto eleitoral, considerando o encerramento de um ciclo e o início de um outro no processo de participação social no Comitê, abre-se novas perspectivas, possibilidades e esperança para a gestão compartilhada, na continuidade das ações bem-sucedidas e redirecionamento dos desafios que necessitam de maior avanço.