Promessa eleitoreira de vários prefeitos que comandaram o município de Montes Claros, o término das obras do canal do Bairro Cintra se transformou em mágoa e revolta dos moradores da região centro-leste, que indignados convivem há anos com um grande foco de doenças, mosquito da dengue, escorpiões, ratos, além de outros animais peçonhentos.
Além de um terrível mau cheiro que incomoda a todos, que reclamam há mais de 30 anos, sem solução para o problema, que não é somente de mobilidade urbana, a questão é principalmente de saúde pública e de vidas.
A reportagem do Novo Jornal de Notícias foi ao grande Cintra ouvir a população e lideranças de um dos bairros mais centrais da capital do Norte de Minas.
A longa trajetória de luta em torno do Córrego do Cintra começou há mais de 20 anos, quando o ex-vereador Júnior Samambaia reivindicou a obra junto ao ex-prefeito e médico Athos Avelino Pereira, o Dr. Athos. Na época, a obra teve seu início no Bairro Vera Cruz, efetivando a mesma da Avenida Governador Magalhães Pinto até a Dulce Sarmento, em frente a uma grande rede de supermercados de Minas.
No entanto, a mesma não teve sequência, com a maioria dos administradores, que administraram Montes Claros, deixando a mesma no esquecimento.
Em 2016, após o então prefeito Humberto Souto vencer as eleições no ano seguinte, ele determinou ao ex-secretário de Infraestrutura e Obras, Guilherme Guimarães (atual prefeito) a missão da conclusão da obra, ou seja, a elaboração do projeto estrutural e financeiro. Fez-se a licitação da totalidade da obra, porém, segundo o ex-vereador daquela região Edmilson Magalhães, que lutou bravamente pela obra, o secretário em exercício na administração Humberto Souto, Guilherme Guimarães decidiu licitá-la por etapas.
A primeira fase foi entre as Avenidas Dulce Sarmento e Coronel Luiz Maia, que foram concluídas durante o primeiro mandato do prefeito Humberto Souto.
Após a reeleição de Souto, a obra emperrou e atual prefeito “cruzou os braços”. Após ser reeleito em 2020, no início de 2021, Humberto Souto, em entrevista à equipe do MGTV, declarou com toda a convicção o término da mesma, seria prioridade no seu segundo mandato, porém, segundo moradores como Maria de Lourdes Almeida, com a pandemia da covid-19, eles colocaram uma pedra em cima do assunto e nunca mais deram uma explicação do problema dos moradores.
Segundo o ex-legislador Edmilson Magalhães, nos anos de 2022 e 2023, o então vice-prefeito Guilherme Guilherme Guimarães recebeu várias vezes comissões de moradores, lideradas por ele, onde ele garantiu que a conclusão seria feita ainda no mandato de Humberto, o que não aconteceu.
Edmilson se mostra indignado: Pelo que sabemos esta segunda parte da obra ficaria em torno de R$ 12 milhões, sendo o projeto tivemos acesso na desapropriação não do terreno, mas os benefícios que os moradores fizeram, se somar não passa de R$ 25 milhões.
Qual o impacto que esta obra traria no financeiro da prefeitura, que dispõe de R$ 3 bilhões, além de um empréstimo de R$ 850 milhões.
Diante dos fatos, a população do Grande Cintra tem feito várias manifestações, mas nas redes sociais e em vários protestos realizados neste ano no aniversário da cidade. Para os moradores e o líder Edmilson Magalhães, a conversa do prefeito é enganadora. Com o início do verão esta semana a região e os moradores acenam com novos protestos
nos próximos dias, pois não acreditam que as vielas anunciadas pelo prefeito Guilherme Guimarães de nada resolverão o sério problema.