A Câmara Municipal realizou audiência pública na noite de quinta-feira, 28, em que discutiu os direitos dos professores da educação básica, das escolas municipais e Cemei’s de Montes Claros. O encontro contou com a presença de vereadores, professores e representantes da sociedade civil. Ao longo da reunião foram feitas cobranças à administração do prefeito Guilherme Guimarães, do União Brasil, com destaque para melhores condições de trabalho e o pagamento do piso nacional de salários.
A iniciativa foi proposta pela vereadora Professora Iara Pimentel, do PT, que chamou atenção para a importância do papel dos docentes na vida das pessoas e no funcionamento da comunidade. Ela ressaltou que, em muitos bairros, a escola é o único braço do poder público presente e que, ao longo da história, inúmeros professores foram fundamentais para o desenvolvimento dos alunos.
Segundo a vereadora, apesar de toda essa relevância, os profissionais vivem um cenário de descaso, com sobrecarga de trabalho e direitos negados. Ela defendeu a criação de um plano de carreira consistente, a valorização da categoria e melhores condições de trabalho para que os professores possam exercer suas funções com dignidade. Entre as principais reivindicações, destacaram-se o pagamento de vale-alimentação e gratificações, a garantia de gestão democrática com eleição para diretores de escola, além de infraestrutura adequada, internet e espaços de planejamento pedagógico.
O professor Everton Thomaz defendeu a isonomia da carga horária, explicando que professores com 25 horas semanais estão em desvantagem em relação aos de 40 horas. Ele cobrou ainda o pagamento imediato das diferenças salariais acumuladas desde fevereiro e a publicação de um decreto que organize de forma proporcional os módulos de trabalho de forma transparente e objetiva.
Já a professora Juliana Andrade destacou que Montes Claros não cumpre a lei do piso nacional do magistério, impondo uma carga horária considerada desumana e pagando salários abaixo do que determina a legislação federal. Ela também denunciou a falta de condições mínimas de valorização, já que muitos docentes com nível superior recebem como se tivessem apenas nível médio.
Finalizando a audiência, o vereador Daniel Dias, do PCdoB, que a presidiu, destacou o empenho dos professores, que dedicam suas vidas ao cuidado e à formação dos alunos, mas não são valorizados. Entre as demandas citadas, apontou a necessidade de salários justos, carga horária adequada, pagamento de insalubridade, melhores condições de transporte e infraestrutura adequada para o exercício da profissão.