A Câmara Municipal de Montes Claros pode instalar Comissão Legislativa de Inquérito (CLI) para apurar denúncia de possível rombo de R$ 2,2 milhões nas contas do Legislativo do exercício de 2024. O requerimento propondo a CLI foi apresentado na reunião ordinária dessa terça-feira de manhã, pela vereadora Professora Iara Pimentel, do PT, e assinado por mais sete vereadores.
O próximo passo é a notificação do presidente do Legislativo, Junior Martins, do PP, sobre o pedido. Ele terá dez dias para se manifestar por escrito. Em seguida, o presidente deverá colocá-lo em votação, com os vereadores definindo se acatam ou não o pedido de instalação da CLI. Esse foi o tema dominante na reunião ordinária dessa terça-feira.
Ex-presidente da Câmara, o vereador Claudim da Prefeitura, do Cidadania, afirmou que existe sim rombo nas contas do Legislativo, na ordem de R$ 2,2 milhões e que apoia a instalação da CLI. Segundo ele, os fatos precisam ser apurados com urgência, para se mostrar a transparência do Legislativo à população.
Ele foi além e declarou que se o presidente da Casa: “Ainda mais se vossa Senhoria tinha conhecimento do déficit nas contas sob alegação de que houve erro no setor contábil, leva a crer que houve rombo, ao contrário do que vem sendo declarado pelo presidente, que apenas foi um erro. Não estou aqui dizendo que é furto, nem desvio de recursos”, afirmou em alto e bom tom Claudim da Prefeitura, em discurso da tribuna da Câmara.
DOCUMENTOS – Além disso, Claudim da Prefeitura pediu a assessoria contábil todos os balancetes e demais documentos para serem analisados pala CLI, e isso pode resultar em improbidade administrativa, caso a denúncia seja comprovada durante eventual investigação.
Os vereadores Rodrigo Cadeirante, do União Brasil, Igor Dias, do PRB, Wilton Dias, do Avante, a vice-presidente Maria Helena Lopes, do MDB, Ceci Protetora, do PRD, Marcos Nem, do Podemos, assinaram o requerimento do pedido da instalação da CLI, que visa apurar a denúncia, que repercute na cidade, inclusive nas redes sociais.
Na semana passada, a diretoria da Casa anunciou cortes em salários de vereadores, devolução de carros, que servem aos vereadores e assessores à locadora e exoneração de contratados como forma de reduzir os gastos no Legislativo.
O presidente Júnior Martins reafirmou nessa terça-feira, em seu pronunciamento, que não existe rombo nas contas e o que houve foi um erro no setor contábil, que será sanado até o dia 31 de dezembro, último prazo para fechamento das contas. “Fizemos todos os cortes necessários, inclusive, nos subsídios dos vereadores, para que sejam solucionados os problemas verificados no software contábil”, garantiu.
Já o vereador Rodrigo Cadeirante também decidiu assinar o requerimento afirmando que todas as denúncias devem ser apuradas e defendeu ainda a realização de audiência pública, antes de serem começados os trabalhos de investigação da Comissão Processante da Câmara. Entretanto, negou que tenha se utilizado de veículo para deslocamentos no município, afirmando que sempre fez foi economizar o dinheiro público através do uso de seu próprio carro com gastos de combustíveis do seu bolso para suas viagens à Brasília, Belo Horizonte e zona rural.