A edição do dia 18, segunda-feira, às 18h trouxe a palestra A ocupação das Américas vista a partir dos sítios arqueológicos mineiros, ministrada pelo jornalista Bernardo Esteves. Autor do livro Admirável Novo Mundo – uma história da ocupação humana nas Américas, Esteves iniciou a sua exposição apontando que a questão é marcada por inúmeras controvérsias sobre: quem foram os primeiros americanos, quando chegaram ao continente, de onde vieram e como se espalharam pelas Américas.
O palestrante discorreu sobre a importância dos sítios arqueológicos mineiros, especialmente os localizados na região cárstica, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele citou os sítios do Sumidouro, da Lapa Vermelha e da Lapa do Santo, além do Vale do Peruaçu, em Januária, no Norte do Estado, como pontos de descobertas muito relevantes, e destacou o potencial de turismo arqueológico ainda muito pouco explorado.
Na sequência, o pesquisador falou sobre a prevalência da narrativa do povo de Clóvis, que teria entrado na América do Norte pelo estreito de Bering há cerca de 13 mil anos e se espalhado pelo continente. No entanto, apresentou descobertas que desafiam a teoria, uma vez que apontam a presença humana no continente há até mais de 30 mil anos.
Segundo Esteves, hoje, a genética se apresenta como uma importante ferramenta para que se possa, cada vez mais, dirimir essas questões, mas, até o momento, ainda existem mais perguntas do que respostas.
Além de pesquisador, Bernardo Esteves é jornalista especializado em ciência e meio ambiente, repórter na revista Piauí e apresentador do podcast A Terra é redonda (mesmo).
A diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), Élida de Freitas Rezende, fez a abertura do evento, e o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, Marcelo Azevedo Maffra, presidiu a mesa.