A seleção genética em raças zebuínas, tradicionalmente concentrada em características relacionadas ao crescimento, vem se expandindo para abarcar aspectos como precocidade sexual e fertilidade. Essa mudança é impulsionada pela busca por maior produtividade, eficiência e lucratividade na pecuária de corte.
A antecipação da prenhez, característica que possibilita melhorar a fertilidade e a precocidade sexual, apresenta alta variabilidade genética aditiva, justificando sua aplicação como critério de seleção na pecuária de corte.
A busca por maior crescimento e precocidade sexual, impulsionada pela seleção genética, provocou um aumento da incidência de problemas ao parto (distocia) nos últimos anos, provavelmente devido ao maior peso ao nascer do bezerro e menor idade ao primeiro parto de novilhas. A distocia em novilhas gera efeitos desfavoráveis na fertilidade, ocasionando menores taxas de reconcepção, descarte de matrizes, além de prejudicar a viabilidade e aumentando a taxa de mortalidade de bezerros.
Atualmente, a característica peso ao nascer (PN) é o critério de seleção adotado para indicar dificuldade de parto nas raças zebuínas. As estratégias de acasalamento envolvem o uso de DEPs (diferença esperada na progênie) moderadas a baixas para PN visando menor incidência de distocias. No entanto, estudos evidenciam que a seleção para baixo PN pode interferir no desenvolvimento animal, prejudicando o ganho de peso e peso vivo em idades mais avançadas. Em vista disso, são necessárias alternativas de seleção genética que possibilitem solucionar essa questão.