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Novo Nordisk e Elétron formatam contrato para usina de R$ 245 mi

A gigante farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e principal produtora de insulina do mundo, assinou um contrato para a criação de um parque solar no Norte de Minas Gerais para suprir a necessidade da unidade de medicamentos de Montes Claros.

A gigante farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e principal produtora de insulina do mundo, assinou um contrato para a criação de um parque solar no Norte de Minas Gerais para suprir a necessidade da unidade de medicamentos de Montes Claros. O contrato da fabricante dinamarquesa com a Elétron Energy, empresa que investirá R$ 245 milhões no negócio – incluindo o parque e o projeto com benefícios para o ambiente e a comunidade local -, tem validade de 15 anos.

A fábrica de Montes Claros, que produz 25% da insulina da Novo Nordisk – o que significa 12% do total do mundo -, passará a gerar 100% da energia que consome com a instalação do sistema. “O projeto faz parte da estratégia de circularidade da Novo no sentido de não deixar nenhum impacto ambiental até 2030, principalmente com a parte de CO2”, afirmou Reinaldo Costa, vice-presidente corporativo da fábrica da Novo Nordisk.

A ser instalado em Buritizeiro, município distante 175 quilômetros da sede da Novo Nordisk em Montes Claros, o parque solar tem previsão de gerar 138 mil MWh/ano, conforme a empresa, com possibilidade de ampliação. O local foi escolhido, segundo Costa e o CEO da Elétron Energy, André Cavalcanti, por ser uma área já degradada, por Buritizeiro ser um município pobre do Norte de Minas e pelo fato de a área selecionada permitir a conexão com as linhas de transmissão da Cemig.

“A gente tinha conseguido um terreno mais próximo da fábrica, mas não era um terreno já degradado e não queríamos fazer isso num terreno não degradado porque há impacto ambiental. Escolhemos o terreno mais próximo já degradado, que a gente poderia aproveitar o espaço e ainda fazer a recuperação da área. Esse foi o principal fator”, disse o executivo da fabricante. O modelo de negócio adotado pelas empresas foi a chamada autoprodução de energia, por meio da qual a Novo Nordisk remunerará a Elétron Energy durante a vigência do contrato.

“É o arrendamento do sistema de geração de energia que é feito pela Novo, para ela autogerar a sua própria energia. E, com o contrato de arrendamento, de operação e manutenção de serviços que a gente presta para eles, eles vão nos remunerar durante esses 15 anos de contrato para, além de alugar o sistema, mantê-lo funcionando e gerando energia por esse prazo”, disse Cavalcanti.

Do total investido pela Elétron Energy, 50% será de recursos próprios e, o restante, via financiamento do Banco do Nordeste. O projeto já está aprovado e licenciado ambientalmente e os processos de limpeza da área e terraplenagem foram iniciados no município de pouco menos de 24 mil habitantes. A construção da usina deve gerar 1.300 empregos, sendo 300 indiretos, conforme o CEO da empresa de energia. Ele disse que cerca de 80% dos contratados serão da cidade e de municípios vizinhos.

Cavalcanti afirmou que o projeto foi desenhado em conjunto pelas companhias e é diferente dos que existem no país e outros da própria Elétron, por ter um apelo ambiental complementar à geração de energia. No mesmo terreno das placas haverá replantio, cultura de hidroponia e criação de abelhas nativas sem ferrão. O projeto prevê, ainda, a recuperação e plantio de árvores nativas e espaço ecológico revitalizado numa área de 40 hectares (56 campos de futebol) na cidade mineira.

Serão instaladas 93 mil placas solares, que se adaptam para ficar sempre apontadas para o sol, captando energia em todos os horários do dia e aumentando a eficiência energética. A empresa alega que o uso da energia renovável na produção de medicamentos permitirá reduzir 46 mil toneladas de CO2 por ano e que a meta é descarbonizar a sua produção no país.

A usina deve começar a operar em maio de 2025, com uso das linhas da Cemig para colocar a energia na rede, e a previsão da Novo Nordisk é de, em 15 anos, reduzir em 8% ao ano os gastos com energia. (Por Marcelo Toledo – Matéria publicada no Diário do Comércio).

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