Três novos cursos de graduação serão oferecidos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir de 2025: Engenharia de Computação, em Belo Horizonte, gerido de forma compartilhada pela Escola de Engenharia e pelo Instituto de Ciências Exatas (ICEx), e as licenciaturas em Matemática e em Ciências da Natureza, no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), no campus regional de Montes Claros. A criação das novas formações foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário, em 14 de novembro, e oficializada por meio das Resoluções 14/2024, 15/2024 e 16/2024.
A Universidade passa a ofertar 97 cursos de graduação. Os cursos de Licenciatura em Matemática e de Licenciatura em Ciências da Natureza utilizam o mecanismo das estruturas formativas de tronco comum, que permite o ingresso único no processo seletivo e livre escolha do curso vinculado no qual colará grau. Parte das atividades acadêmicas curriculares dos cursos de tronco comum tem gestão compartilhada e se articula em eixos temáticos comuns aos cursos.
A UFMG adotou o mecanismo pela primeira vez em 2024, quando passou a oferecer os cursos de Arqueologia (tronco comum com Antropologia) e de Engenharia de Materiais (com Engenharia Metalúrgica). A criação dos três cursos atende a fortes demandas da sociedade e se concretiza após a superação de desafios. No caso dos novos cursos do ICA/UFMG em Montes Claros, o objetivo foi plenamente alcançado quando foram vencidas dificuldades como ineditismo da oferta de licenciaturas na unidade e a ausência de abordagem interdisciplinar entre licenciaturas de áreas afins.
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida salienta que a UFMG prossegue em seu esforço para suprir a necessidade de novos cursos que atendam aos anseios da sociedade, particularmente da pesquisa e do mercado de trabalho. “A Universidade está sempre atenta e aberta a conceber novas trajetórias formativas e soluções estruturais para criação de formações acadêmicas inovadoras e transdisciplinares”, ela diz.
Segundo a reitora, os três cursos eram “muito aguardados” e são pioneiros sob diversos aspectos, como os da estrutura e dos processos de ensino-aprendizagem. “Não à toa, foram aprovados sob aplausos dos membros do Conselho Universitário”, ela enfatiza. “Esse movimento da UFMG concretiza um forte desejo da nossa comunidade e da sociedade”.
LICENCIATURAS
“A criação das licenciaturas atende a uma demanda que não é só da UFMG ou do ICA. É uma demanda social, um clamor dos dirigentes de escolas estaduais e municipais, interessados em fortalecer a formação de professores da educação básica do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha”, diz o diretor do campus regional de Montes Claros, Helder dos Anjos Augusto. Ele ressalta que as diretrizes curriculares nacionais para preparação de professores preconizam que a formação acadêmica é condição essencial para as atividades docentes em todas as etapas e modalidades.
Sessenta novos alunos vão ingressar no primeiro semestre de cada ano; a duração-padrão dos cursos é de dez semestres, e as atividades serão ministradas no turno noturno. Helder acrescenta que a oferta das disciplinas das novas licenciaturas – matemática e ciências da natureza (física, química e ciências biológicas) – no noturno será útil também para os alunos do ciclo básico de outros cursos que precisarem repetir uma disciplina em que tiverem sido reprovados no primeiro semestre letivo (o ingresso é anual em Montes Claros).
Helder Augusto informa que o ICA dispõe de estrutura adequada para os dois novos cursos à noite – atualmente, a única formação nesse horário é Administração. “Temos laboratórios diversos, gabinetes para professores e salas para coordenação. Em breve, vamos inaugurar aqui no Instituto um laboratório interdisciplinar de práticas pedagógicas”, anuncia o diretor.