Insatisfeitos com o projeto de recomposição salarial, servidores penais de Minas Gerais garantem que as visitas a detentos podem “parar” em algumas unidades a partir do próximo fim de semana. Nessa terça-feira (14/5), atos foram realizados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para solicitar um reajuste maior dos vencimentos.
Presidente do Sindicato da Polícia Penal no Estado (Sindppenal), Luiz Gelada argumenta que a categoria reivindica uma recomposição acima das perdas inflacionárias. “As perdas acumulam 40,06% (de 2015 a 2023). E o projeto para ser votado é de 3,62%”, afirma, garantindo que a categoria vai entrar no chamado estado de estrita legalidade.
“A Polícia Penal está sucateada. Não se trata de paralisação, apenas não vamos fazer mais do que podemos devido à limitação de recursos e efetivo”, afirma Gelada. Com isso, ele orienta que os familiares de detentos, antes das visitas, entrem em contato com as unidades prisionais para se certificarem de que o serviço está funcionando.
“Não temos servidores suficientes. O caos está instaurado e quem vai pagar é a população de bem. Infelizmente, sabemos que nem todos os cidadãos que visitam os internos [detentos] têm envolvimento com o crime, mas, infelizmente, serão sacrificados, por causa do governo”, argumenta.
Além da falta de efetivo, segundo o presidente do sindicato, a categoria também sofre com a limitação de recursos e equipamentos. Entre eles, os capazes de identificar a entrada de drogas sintéticas nas unidades. Até mesmo a revista de celas estaria prejudicada, segundo Gelada. Ele cita, como exemplo, o fato do acusado de matar um sargento da PM ter postado um vídeo em uma rede social de dentro da penitenciária Nelson Hungria. Após o caso, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública prometeu “revista minuciosa” na cela.