As exportações de suco de laranja (FCOJ equivalente a 66 Brix) encerraram a safra 2023/2024 com um faturamento histórico de US$ 2,5 bilhões, marcando um aumento de 21,29% em relação aos US$ 2,07 bilhões registrados na safra anterior. Quando incluídos os subprodutos, o total de exportações chega a US$ 3 bilhões. No entanto, o volume exportado foi de 961.270 toneladas, uma redução de 9,33% em comparação com as 1.060.186 toneladas da safra passada, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior, compilados pela CitrusBR.
Os problemas climáticos ao longo de cinco safras consecutivas são apontados como a principal causa da diminuição na oferta e, consequentemente, da valorização do produto. Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, destaca: “Estamos vivendo um momento em que a oferta de suco está abaixo da demanda”. Contudo, ele alerta para a acentuada queda no consumo em merca dos importantes.
A Europa continua sendo o principal destino das exportações brasileiras, com 504.299 toneladas embarcadas, o que representa uma queda de 11,78% em relação às 571.621 toneladas do período anterior. O faturamento para o continente foi de US$ 1,38 bilhão, um aumento de 22,51% em relação aos US$ 1,13 bilhão da safra anterior. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o consumo de suco de laranja na Europa caiu 0,23% na safra 2023/2024.
Nos Estados Unidos, as exportações caíram 6,07%, totalizando 315.743 toneladas, em comparação com 375.764 toneladas na safra 2022/2023. Apesar da queda no volume, o faturamento subiu de US$ 691,5 milhões para US$ 798,2 milhões, um aumento de 15,49%. De acordo com um relatório da consultoria Nielsen, o consumo nas quatro semanas encerradas em 28 de maio caiu para 85,9 milhões de litros, 22,6% inferior ao mesmo período de 2019 e 44,5% abaixo dos 154,8 milhões de litros de abril de 2020, que representou o auge das vendas nos últimos cinco anos. Netto ressalta que “os números dos Estados Unidos são preocupantes, atingindo o menor patamar em 24 anos”.
No Japão, as exportações caíram 15,98%, de 32.928 toneladas na safra passada para 27.668 toneladas na atual, resultando em uma receita de US$ 86,2 milhões, um crescimento de 26,53% em relação aos US$ 68,1 milhões do ano anterior. A China, por sua vez, manteve-se estável, com 81.808 toneladas exportadas, um leve aumento de 0,64% em relação às 81.288 toneladas do período anterior. O faturamento, no entanto, saltou para US$ 142 milhões, comparado a US$ 100 milhões no período anterior, uma alta de 41,03%.
“O setor vive um bom momento, com a demanda superando a oferta, mas a rápida queda no consumo nos principais mercados pode levar a uma acomodação da demanda em níveis muito abaixo do esperado, trazendo novos desafios para o futuro”, conclui Netto. (Fonte: Portal do Agronegócio)