Completou, nessa segunda-feira (15/4), uma semana que moradores e vizinhos do Edifício Roma (de 16 andares) foram evacuados e retirados ás pressas do local por causa do risco de desabamento da edificação, que apresentou danos em um dos seus pilares, em Montes Claros.
ROUBO – Um roubo misterioso de uma carga de 20 toneladas de escoras, que saiu de São Paulo e seria usada no serviço de estabilização do edifício, foi registrado na noite do último domingo (14/4). Uma carreta com a carga de escoras saiu de Itapevi, na Região Metropolitana, com destino a Montes Claros. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar de São Paulo, por volta das 23h de domingo, a carga foi roubada na BR-381 (Fernão Dias), no município de Atibaia, ainda no território paulista.
Segundo o registro da PM de São Paulo, o motorista da carreta relatou que, quando seguia pela rodovia, ouviu um forte estouro em dos pneus da carreta. Assim que desceu da cabine para verificar o que tinha ocorrido, ele foi dominado por três homens armados, que, imediatamente, anunciaram o assalto. Ainda conforme o boletim de ocorrência, o motorista disse que foi imobilizado e teve os olhos vendados, pés e mãos amarrados, sendo, em seguida, levado para um sítio. “E lá ficou em uma casinha sendo vigiado por um casal”.
A vítima informou que “em determinado momento foi colocada novamente dentro do carro para ser libertado, ao mandarem sair do veículo, ali estava seu caminhão vazio sem a mercadoria da qual transportava e com pequenas avarias”.
RISCOS – A Construtora Turano, por meio do responsável pelo setor de suprimento, informou que não tem nenhuma pista sobre os autores do misterioso roubo das escoras, não sabendo o destino da carga, cujo valor não foi revelado. Por outro lado, a empresa garantiu que providenciou a aquisição de outra carga de material semelhante para o serviço de estabilidade do prédio, seguindo a recomendação dos especialistas contratados para os levantamentos e providências necessárias a respeito da estrutura do edifício interditado.
Nessa segunda-feira, o advogado Elio Soares Ribeiro, assessor jurídico da Construtora Turano, afirmou que, desde que foi detectado o problema em uma das vigas de sustentação do Edifício Roma, está sendo feito o monitoramento do edifício o tempo todo. “Não existe risco de colapso”, assegurou o advogado, dizendo que se baseia na informação do engenheiro calculista que avalia as condições da estrutura. Segundo ele, o especialista fez a “exigência” do escoramento do prédio, como uma medida de “segurança extrema”.
“O prédio é (está sendo) monitorado e ele está no prumo. Ele não altera para os lados e não tem aprofundamento. Isso é medido diariamente e está tranquilo”, disse. O advogado explicou que ainda não tem uma data precisa sobre a emissão de laudos sobre a condição da estrutura e sobre a possibilidade do retorno dos moradores do prédio e dos vizinhos ao local de onde foram retirados porque a questão envolve estudos técnicos mais detalhados. Elio Ribeiro disse que acredita que ainda nesta semana a questão será resolvida.
“O que está tendo é um extremo de fazer um trabalho para ter (garantir) segurança (dos moradores)”, afirmou. O advogado salientou que a construtora responsável contratou um engenheiro para analisar a situação do prédio interditado e emitir um laudo sobre as condições da edificação. Mas, também contratou um segundo especialista, para emitir outro laudo como “contraprova”.
“Está sendo um esforço muito grande para dar uma resposta concreta (aos moradores e demais atingidos”, assegurou o assessor jurídico. Ele ressaltou que embora tenha previsão de quando será feita divulgação dos relatórios pelos especialistas contratados, a emissão dos laudos pode ser agilizada.
O advogado ressaltou ainda que a Construtora Turano adotou “todas as providências” para garantir assistência aos moradores do prédio interditado e “as todas as pessoas atingidas em seu entorno”. Nesse sentido, averigua também as consequências sofridas pelos comerciantes das proximidades da edificação, que tiveram que interromper suas atividades. “Estamos recebendo as informações e analisado o impacto (causado). Eles também serão atendidos”, declarou Ribeiro. (Fonte: uai.com.br)