A Sociedade Rural de Montes Claros, o Banco do Nordeste e o Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros se reuniram nessa terça-feira, para discutir os avanços da agropecuária, linhas emergências para a agricultura familiar, mini e pequenos produtores rurais, além de um dos maiores entraves para o campo em Minas: o licenciamento ambiental.
Para o Superintendente do Banco do Nordeste, Wesley Maciel, a Sociedade Rural e o Sindicato dos Produtores Rurais são a representatividade maior de toda a classe produtiva rural do Norte Minas. “Nós viemos aqui, primeiramente, para prestar contas. Mostrar os números do Banco do ano passado, que foi um ano muito positivo. Superamos todas as metas em todos os segmentos, inclusive na agricultura familiar, onde colocamos mais de R$ 600 milhões só nesse segmento”, afirma.
De acordo com ele, somado com crédito do agronegócio, a instituição financeira superou a marca de R$ 1.300 milhões só na região. “Outro assunto que trouxemos foi a Resolução 5.120, publicada recentemente, que traz benefícios importantes, sobretudo para o agricultor da nossa região em função da seca severa que passamos em 2023”, destacou Wesley.
AJUDA EMERGENCIAL – Segundo ele, a Resolução permite que as operações que venceram a partir de julho de 2023 possam ser renegociadas, dando um fôlego novo ao agricultor para que ele passe essa fase difícil. “Essa renegociação dá até 48 meses para as operações de custeio, e dois anos após a última prestação para as operações de investimento”, esclarece.
A nova legislação, apresenta crédito emergencial, especificamente para custeio e para a agricultura familiar, para o mini produtor rural e para o pequeno produtor rural, com créditos de R$ 30 mil, R$ 50 mil e R$ 80 mil, respectivamente. O recurso pode ser usado para a compra de insumos, ração, vacina, silagem, justamente para que ele possa ficar reservado, ter uma reserva estratégica para ter alimentação para o seu rebanho e não ser massacrado novamente com a seca severa que passamos.
LICENCIAMENTO AMBIENTEAL – Também foram debatidas questões ambientais importantes na nossa concessão de crédito do Banco do Nordeste, que utiliza recursos públicos do FNE e é obrigado a seguir a legislação ambiental. “Pedimos o apoio da classe rural para que essa discussão possa ser ampliada de forma que tenhamos uma legislação mais coerente e também que os agricultores possam ter uma assessoria na obtenção das licenças ambientais necessárias para acessar esses recursos”, finaliza Wesley.
Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Alexandre Rocha informou que a reunião veio para atender às necessidades dos produtores rurais que possuem dívidas com o BNB. “Além de uma prorrogação para os produtores de todos os portes, há crédito de emergência disponível para o pequeno produtor – o pronafiano, agricultor familiar. Esse crédito está disponível com juros abaixo do valor de mercado e com prazo de contratação até 30 de junho. Estamos empenhados, tanto a Sociedade Rural quanto o Sindicato, para garantir que o produtor não fique desamparado, e esperamos que os produtores tragam outras demandas para que possamos reivindicar em prol deles”, esclareceu.
Conforme explicou o presidente da Sociedade Rural, José Henrique Veloso, foi possível perceber que houve uma aplicação maciça de recursos do BNB na região, principalmente no microcrédito, que impressionou o volume de recursos aplicados e que beneficiam, de forma muito forte, a economia.
José Henrique relembra que a Resolução 5120 é fruto do trabalho da Rural e do Sindicato e visa minorar todas as dificuldades que o Produtor Rural teve no Norte de Minas ano passado.
“A partir de agora, a Sociedade Rural e o Sindicato Rural têm a incumbência de divulgar essa resolução para os produtores rurais de forma que eles tenham acesso a essas linhas de crédito. São renegociações em condições bem favoráveis. Sobre o licenciamento, a Sociedade Rural pensa em fazer, conjuntamente, com o Sindicato Rural, uma série de reuniões, seminários, para que a gente possa discutir esse tema, preparando um material para ser levado às autoridades, às lideranças, tanto municipais, quanto estaduais, quanto federais. O licenciamento ainda é um entrave no desenvolvimento. O produtor rural é o maior interessado na preservação do meio ambiente, mas a gente entende que Minas Gerais está sendo prejudicada por ter leis ambientais muito rigorosas se comparadas à outros Estados”, afirmou o líder ruralista.
Também como encaminhamento, teve a sugestão de realização de seminário para debater e ampliar os temas. Participaram da reunião o Diretor Financeiro, Flávio Oliveira; Evacir de Oliveira Júnior, gerente estadual do agro e da agricultura familiar; e o Gerente-Geral do Escritório da Superintendência para Minas Gerais, Diego Miranda.