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Primeiro transplante de pâncreas é realizado na Santa Casa de Montes Claros

A Santa Casa Montes Claros tem se destacado ao longo dos anos como pioneira e referência no cenário de transplantes, registrando importantes marcos na história da medicina no Norte de Minas.

A Santa Casa Montes Claros tem se destacado ao longo dos anos como pioneira e referência no cenário de transplantes, registrando importantes marcos na história da medicina no Norte de Minas. O mais recente grande feito foi a realização do primeiro transplante de pâncreas.

Iniciado em 1993, quando realizou o primeiro transplante renal com doador vivo, o Serviço de Transplante do hospital já beneficiou mais de dois mil pacientes ao longo dos últimos 30 anos. Entre eles está a jovem de 28 anos, Karine Stefane Brito, que foi contemplada com um transplante duplo no pâncreas e rim. “Era o meu sonho ficar livre das complicações do diabetes, uma doença que em alguns casos evolui de forma mais agressiva. Em mim já tinha afetado minha visão e meus rins”, explica ela, que ficou na fila de espera pelos órgãos cerca de quatro meses.

Ela conta, emocionada, a reação ao receber a ligação que mudaria sua vida. “Tinha acabado de fazer hemodiálise. Chegando em casa, passaram poucas horas, me ligaram. Foi até inacreditável, porque eu não imaginava que seria tão rápido assim. Gostaria de falar que fazer o bem sem olhar a quem só faz o bem pra gente, pois é devolvido o sorriso, a esperança de outras pessoas. Porque só quem passa esse sofrimento todos os dias sabe o quanto é dolorido. Mesmo que na dor, Deus retribui, pois os familiares dos doadores estarão fazendo o bem não só para uma pessoa, mas para várias. Vai devolver a vida”, afirma, emocionada.

O médico Pedro Henrique Batista, coordenador do Serviço de Transplante de Pâncreas, explica que a indicação para o transplante de pâncreas é, em sua imensa maioria, para pacientes diabéticos tipo 1. “Eles têm um subtipo de diabetes, que é um subtipo mais agressivo. E, já no começo da vida, com uns 20, 30 anos, essa agressividade do diabetes leva a lesões vasculares, macrovasculares e microvasculares; levando o paciente a perder a função do rim, necessitando de hemodiálise três vezes por semana. Além disso, muitos desenvolvem retinopatia diabética, prejudicando a sua visão e até levando a cegueira. Até mesmo o controle glicêmico é muito difícil. Então, esse paciente tem indicação de fazer o transplante duplo, o rim para sair da hemodiálise e o pâncreas para curar do diabetes, numa cirurgia só”, explica.

Para Pedro Henrique, a realização do primeiro transplante de pâncreas representa mais que um avanço para a medicina local. “Esses pacientes que necessitam do transplante de pâncreas/rim, antes só transplantavam o rim e não melhoravam do diabetes. As outras complicações, além do rim, não melhoravam como o diabetes, a retinopatia diabética, a neuropatia diabética, dentre outras. E o próprio rim que ele recebia durava menos, porque ele ainda continuava diabético. Então, é um grande avanço para esses pacientes na melhoria do tratamento da comorbidade. Agora, eles têm a oportunidade de um novo cenário de melhora, ou seja, de praticamente da cura do diabetes e da disfunção renal”, explica o médico.

Coordenador ressalta evolução do Serviço de Transplante da Santa Casa

O coordenador do Serviço de Transplante de Fígado, Luiz Fernando Veloso, ressalta que “há cerca de quatro anos o caminho do transplante de pâncreas foi debutado, para além do sonho, pela seleção de pessoas capazes de perceber a si mesmos e a realidade, dotadas de coragem e desejo por coisas altas, por isso, capazes de aprenderem e dotados de força para resistirem e prosperar. Aqui me refiro ao Pedro Henrique Batista. Treinado em outros centros de excelência construídos por outros sonhadores, foi capaz de entender e promover o bom solo construído, e por isso cumprir essa primeira missão”, afirma.

Após 1993, o ano de 1999 testemunhou outro feito notável, com a realização do primeiro transplante de córnea, seguido, em 2011, pelo inovador transplante de fígado. Este último marcou um ponto de virada significativo, sendo o primeiro procedimento desse tipo fora da capital e sem vinculação a um hospital universitário, revolucionando não apenas a história da Santa Casa Montes Claros, mas também o panorama da transplantação em Minas Gerais.

O ano de 2013 trouxe consigo a inauguração da Unidade de Transplantes João Paulo II, reforçando o compromisso da instituição com a excelência nesse campo. Em 2017, a Santa Casa Montes Claros registrou mais uma conquista impressionante ao realizar o primeiro transplante duplo de fígado/rim.

O progresso não cessou, e em 2019 a instituição realizou seu primeiro transplante Musculoesquelético. Já em 2021 o hospital alcançou mais um marco ao iniciar os transplantes de Medula Óssea Autólogo (TMO). “Os números impressionam, com mais de 1000 pacientes beneficiados com transplantes de rim, mais de 200 com transplantes de fígado, mais de 50 com transplantes de células-tronco e mais de 40 de músculo esquelético. Além disso, os incontáveis transplantes de córneas demonstram o impacto positivo e a abrangência do trabalho desenvolvido”, ressalta o superintendente da Santa Casa Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva.

O reconhecimento do Ministério da Saúde, em 2023, com a atribuição da nota máxima no Programa de Qualidade de Transplantes, coroa o comprometimento e a dedicação da equipe da Santa Casa Montes Claros. O resultado é a consolidação de um serviço de transplantes de excelência, que não apenas transforma vidas, mas também estabelece um padrão elevado para o setor de saúde na região.

“Este é o resultado de um trabalho de muitos anos; primeiro, de um sonho de fazer um serviço de transplantes de excelência, iniciado com o Transplante de Fígado em 2011, consolidado com a implantação do Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas e com importantes serviços prestados para melhoria técnica e de processos em favor do Serviço de Transplante de Rim. Tanto assim, que recentemente recebemos nota máxima no programa de qualidade em transplantes do Ministério da Saúde, ressalta Luiz Fernando Veloso.

Primeiro transplante de pâncreas é realizado na Santa Casa de Montes Claros
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