Mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões para buscar ajuda médica nos casos de câncer de pênis, o que pode provocar complicações da doença, permitindo que ela se espalhe para outras partes do corpo, o que aumenta as chances de morte. Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), devem ser avaliadas por um médico, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos convencionais. Essas lesões deverão passar por biópsia para análise, quando será dado o diagnóstico final.
As informações presentes possuem apenas caráter informativo e não substituem, em hipótese alguma, a consulta médica. Em caso de suspeitas, procure imediatamente um profissional especializado para avaliação pessoal da sua saúde. Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores são as chances de cura.
Alguns fatores aumentam o risco para desenvolvimento do câncer de pênis. Baixas condições socioeconômicas e/ou de instrução
Má higiene íntima; estreitamento do prepúcio. Homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, a pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis) têm maior predisposição ao câncer de pênis; estudos científicos sugerem associação entre a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de pênis
Se a pessoa se enquadra em qualquer um desses fatores, fique atento para cuidar da saúde e fazer visitas periódicas ao médico.
DETECÇÃO PRECOSE
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento e de cura. A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pênis traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado
Já o diagnóstico precoce do câncer de pênis possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:
Tumor ou úlcera em pênis na ausência de uma doença sexualmente transmissível ou persistente após seu tratamento;
Espessamento ou mudança na cor da pele do pênis ou prepúcio;
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
TRATAMENTO
Segundo o médico urologista montes-clarense Evaldo Jenner, o tratamento do câncer de pênis consiste basicamente na remoção cirúrgica da lesão primária peniana (penectomia parcial ou total) associada à linfadenectomia inguinal bilateral com intenção curativa. A cura é possível até mesmo nos casos de metástase inguinal. No entanto, o tratamento do câncer de pênis depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha).
Os principais tratamentos para câncer de pênis, que podem ser combinados ou não, conforme cada caso e com a devida recomendação médica, são:
Cirurgia; radioterapia; quimioterapia.
A radioterapia e a quimioterapia são indicados nos casos de recivida do câncer de pênis ou como tratamento paliativo nos casos que não são considerados cirúrgicos.
PREVENÇÃO
Para prevenir o câncer de pênis, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão, explica Evaldo Jenner, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias. A cirurgia de fimose (quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação
Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene. A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que a prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.
Condições básicas de higiene são fundamentais para o cuidado da saúde, seja em homens, mulheres, crianças ou adultos. O uso simples de água e sabão pode evitar diversas doenças, entre elas o câncer de pênis. Além disso, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, há um crescente corpo de evidências que associam o Papilomavírus Humano (HPV) e o câncer de pênis. A vacina contra o HPV faz parte do calendário nacional e está disponível nas mais de 36 mil salas de vacinação em todo o país para meninas de 11 a 13 anos.
Estudos comprovam que os meninos são protegidos indiretamente com a vacinação do grupo feminino (imunidade coletiva), havendo drástica redução na transmissão de verrugas genitais entre homens após a implantação da vacina contra o HPV como estratégia de saúde pública.