Câmeras de segurança registraram os momentos de desespero vividos por uma família em Serranópolis de Minas. Com o filho de apenas 18 dias de vida engasgado, Anne Karoline e João bateram no portão da casa do sargento da PM Juliano, que já havia salvado outro bebê nessa mesma situação em outubro de 2021.
As imagens mostram o carro da família estacionando em frente à casa do militar. Os pais de João Rafael chegando gritando e buzinando, enquanto o menino permanecia no banco de trás no colo da avó. Quando o policial responde ao chamado, a mãe já grita que o filho está engasgado. Imediatamente, o sargento pega o bebê e já inicia as manobras para salvá-lo.
COMO SOCORRER – “Dei banho nele, amamentei e coloquei para dormir. Eu saí e ouvi uma tosse, eu volte porque ele não tem o hábito de tossir. Cheguei e já achei ele todo sujinho de leite e procurando o ar, foi quando eu gritei minha mãe e meu esposo para me ajudarem a ver o que estava acontecendo. Ele já estava engasgado, já caçava o ar e não tinham, já tava começando a ficar roxinho, molinho, virando o olho e espumando a boca”, relembra Anne Karoline Santana.
A mãe fala que pensou em levar o menino para o posto de saúde, mas o local só tem atendimento médico até 21h e já era 21h30 de quarta-feira (11). “Foi quando meu esposo lembrou do sargento Juliano e falou: Vamos pra a casa do sargento, vamos pra casa do sargento.”
“A experiência policial já dá bagagem para sabermos quando a pessoa está em desespero, não sabemos o que é, mas quando ouvi as vozes, já me toquei, porque vivi o mesmo cenário há dois anos. Abri o portão, peguei o bebê e notei que ele estava com as vias obstruídas, iniciei a manobra e na terceira palmada a criança se mexeu e saiu uma secreção em minhas mãos, notei que ela tinha voltado, mas ainda estava ofegante, esperei com o menino no colo e ele foi se refazendo aos poucos”, detalha o sargento Juliano Camargos. O sargento mora em Serranópolis de Minas há 12 anos e está há 17 na Polícia Militar.
“Como a cidade é pequena, todo mundo sabe onde a gente mora. Num momento de desespero, as pessoas acabam indo buscar ajuda na casa da gente mesmo.” De folga, o policial ficou o dia todo fora com a esposa e os filhos, de dois e sete anos, na quarta. Ele tinha acabado de chegar quando foi procurado pelos pais do bebê.
“Deus coloca a gente no lugar certo e na hora certa. Eu cheguei de um sítio e ia sair novamente, mas desisti. O sentimento de poder ajudar é inexplicável, sendo pai eu só penso se aquela situação fosse comigo e com meus filhos. Os treinamentos fornecidos na Polícia Militar foram imprescindíveis para eu saber como atuar, recentemente eu passei por um curso. Ter o preparo para enfrentar as situações faz toda diferença, afinal eu tinha ali uma família que estava depositando a vida do filho em minhas mãos.”
“Ele conseguiu trazer nosso filho de volta, eu não tenho nem o que falar, só agradecer a Deus e pela vida do sargento Juliano, rogo a Deus todos os dias pela vida dele e da família dele. Ele foi um anjo, foi um herói na vida do nosso filho”, fala Anne Karoline emocionada.