[views count="1" print="0"]

PEC que limita candidaturas de militares é criticada no Senado

Primeira proposta de mudança constitucional a ser levada ao Plenário no ano legislativo de 2024, a emenda que aumenta os requisitos de tempo de serviço para que militares possam concorrer em eleições sem perda de remuneração (PEC 42/2023) teve nesta terça-feira (6) a discussão inicial marcada por críticas de senadores da oposição.

Primeira proposta de mudança constitucional a ser levada ao Plenário no ano legislativo de 2024, a emenda que aumenta os requisitos de tempo de serviço para que militares possam concorrer em eleições sem perda de remuneração (PEC 42/2023) teve nesta terça-feira (6) a discussão inicial marcada por críticas de senadores da oposição.

O senador Hamilton Mourão, do Republicanos-RS, em seu pronunciamento, criticou os termos da PEC que, segundo ele, buscam colocar militares como “cidadãos de segunda categoria” e afastar da vida pública esse segmento da sociedade. Mourão citou a participação constante de militares na política brasileira, especialmente na República, e lembrou que Humberto Castelo Branco — primeiro presidente militar de 1964 — “afastou definitivamente os militares da política” ao acabar com a chamada “porta giratória” que permitia ao militar eleito retornar à sua força. Castelo Branco, que chefiava o Estado-Maior do Exército, passou para a reserva com p atente de marechal quando assumiu a Presidência da República.

— É óbvio que contaminar o quartel com a questão política é ruim, pois quando a política entra pela porta da frente, a disciplina sai pela porta dos fundos -, argumentou. Mourão afirmou que o número foi “ínfimo” de militares da ativa candidatos nas últimas eleições, situação que atribuiu à natureza de cada atividade — segundo ele, o político, diferentemente do militar com constantes deslocamentos, “tem que ter raízes em algum lugar”.

O senador Styvenson Valentim, do Podemos-RN, em aparte, manifestou apoio a Mourão e destacou que é o povo que escolhe quem ocupa as cadeiras do Parlamento. — [A PEC] tira do cidadão brasileiro a capacidade de escolha na democracia. (…) Eu não estaria aqui hoje se não tivesse a oportunidade de ser escolhido pelo voto direto.

O senador Eduardo Girão, do Novo-CE, acrescentou que o momento de discussão da PEC não é adequado. Em sua opinião, o texto está “punindo” um segmento da sociedade e contribui para acirrar os ânimos. — Que a gente possa deixar isso para outro momento, quando tivermos uma pacificação neste país e um reequilíbrio das forças.

Segundo a proposta do senador Jaques Wagner, do PT-BA, candidatos militares — do Exército, da Marinha e da Aeronáutica — só podem passar para a reserva remunerada se tiverem mais de 35 anos de serviço. Abaixo desse tempo de atividade, o militar irá para a reserva não remunerada no ato do registro da candidatura.

Pelas regras atuais, se tiver mais de dez anos de serviço, o militar das Forças Armadas vai temporariamente para um tipo de inatividade com remuneração chamada “agregação”, mas pode retornar à ativa se não for eleito. Se for diplomado em cargo político, ele passa para a reserva remunerada — situação de inatividade em que o oficial ou praça continua sendo pago pela União. A PEC não afeta os militares estaduais das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros. A proposta, que passará por mais um turno de discussão e dois turnos de votação, recebeu voto favorável do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recomendadas a você

Deputados participam direta e indiretamente das eleições
Deputados participam direta e indiretamente das eleições
Mais de 20 milhões de jovens poderão ir às urnas
Mais de 20 milhões de jovens poderão ir às urnas
Marçal pede indenização de Datena na Justiça
Marçal pede indenização de Datena na Justiça
Energia solar em Minas recebe mais de R$ 41 bi
Energia solar em Minas recebe mais de R$ 41 bi
Montes Claros tem 55.720 idosos aptos ao voto no dia 6 de outubro
Montes Claros tem 55.720 idosos aptos ao voto no dia 6 de outubro
Programa de enfrentamento à seca recebe R$ 5,7 mi
Programa de enfrentamento à seca recebe R$ 5,7 mi
Campeão de votos vem reforçar Maurício
Campeão de votos vem reforçar Maurício
Líder em solar, Minas acelera na corrida pelo hidrogênio verde
Líder em solar, Minas acelera na corrida pelo hidrogênio verde
TSE aponta queda no número de candidatos nas eleições 2024
Vereador denuncia descaso da Eco-135 com bairro Santo Amaro
Pesquisa prevê vitória de Guilherme Guimarães no primeiro turno
Minas terá transporte coletivo gratuito para votação nas eleições
Zema vê porta de entrada para jovens no mercado de trabalho
Vereador critica coincidência de data e horário de concursos
Programa dará mais segurança a pacientes transplantados
Medalha Santos Dumont será entregue em 19 de novembro
Quase 500 presos fazem Enem em JF 
UFVJM abre inscrições para 382 vagas
Transporte ferroviário de cargas domésticas precisa de melhorias
Clima desfavorável impulsiona alta nos preços do milho em setembro
Interesse Público mostra atuação do MPF