Uma mãe procurou pela Polícia Militar alegando ter encontrado uma agulha na nádega de sua filha de três anos após a aplicação de uma injeção em Montes Claros. Segundo o relato da mulher, que preferiu não ter o nome divulgado, a menina acordou na última sexta-feira (2) apresentando vômito. Ao observar uma piora, ela decidiu levá-la à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Chiquinho Guimarães, Região do Grande Major Prates.
“A médica avaliou ela e passou uma injeção intramuscular para ajudar no vômito. Ela passou também um remédio para vômito e um soro para fazer a medicação em casa”, lembra. Depois do atendimento, a mulher fala que levou a filha para a sala onde a medicação é feita. Após tomar a injeção, elas foram embora.
“A gente saiu da UPA e eu fui comprar um remédio na farmácia, deixei ela com o avô dela. No trajeto da farmácia pra casa, ela estava queixando de dores, eu falei que era normal porque ela tinha tomado uma injeção.” Como a criança continuava reclamando, a mãe decidiu verificar o local onde a aplicação foi feita.
“Eu retirei a roupa dela, a parte de baixo, e tomei um susto, a agulha estava enfiada no bumbum dela com o bojo de plástico do lado de fora.” Após retirar a agulha, a mulher retornou com a menina para a UPA, buscando por uma reavaliação da médica que fez o primeiro atendimento.
“A médica tentou me explicar o que poderia ter ocorrido, como a seringa e a agulha são de encaixe, poderia ter soltado se ela puxasse e a enfermeira não ter reparado. Também falou que poderia ter ficado solta na calcinha, mas não justifica ficar solto e ficar no mesmo lugar onde a enfermeira fez a aplicação do medicamento dela”, questiona.
A mulher fala que após ser liberada do segundo atendimento, acionou a Polícia Militar e registrou um boletim de ocorrência para se resguardar, caso algo acontecesse com sua filha. Ela ainda participou de uma reunião na manhã dessa segunda-feira (5), na qual foram dadas informações sobre o serviço prestado na UPA.
A mãe cobra por mais atenção, já que no entendimento dela, “as pessoas que estão ali foram treinadas e capacitadas para fazer isso.” Em suas versões, os profissionais envolvidos na aplicação da injeção disseram à PM que tudo ocorreu dentro da normalidade, sem nenhum problema. Uma técnica de enfermagem ouvida pela PM ainda relatou ter retirado a seringa e colocado um algodão no local da aplicação.
NOTA DA UPA – Por meio de nota, o diretor clínico da unidade, Enius Freire Versiani, explica que o medicamento prescrito para a criança “foi administrado via intramuscular, por um profissional da equipe de enfermagem do serviço, seguindo os protocolos institucionais.” Após o procedimento, cerca de 1h30 depois, a mãe dela retornou e informou que havia encontrado a agulha.
“Imediatamente, a criança foi atendida e avaliada pela médica pediatra da UPA, e não foi detectada nenhuma lesão na região corporal e a paciente não apresentava repercussões clínicas. Ademais, não foi mostrado, por parte da mãe, nenhuma evidência (foto ou vídeo) da agulha na pele da criança.” A nota ainda destaca que a equipe envolvida foi convocada pela direção da UPA e informou que seguiu os protocolos para aplicação do medicamento.
“Diante disso, não há como afirmarmos se o acidente foi provocado, após o procedimento ser executado ali. Ressaltou que foi reforçado a necessidade de sempre seguir as normas referentes à administração de medicamentos, a fim de evitarmos erros e assim, garantirmos segurança na execução dos procedimentos realizados na UPA Chiquinho Guimarães.
Por fim, o diretor clínico lamentou o ocorrido e disse que a “UPA Chiquinho Guimarães tem como missão a prestação da assistência à saúde com excelência e preza pelos valores da ética, humanização, respeito e transparência. (Fonte: G1 Grande Minas).