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MONTES CLAROS SE PREPARA PARA O FUTURO

Lei de Inovação chega ao Legislativo e oficializa a transformação digital e científica da cidade

Quanto tempo demora para uma cidade amadurecer? Poucos se arriscam a fazer essa pergunta. Menos ainda conseguem respondê-la. Mas aqueles que se importam verdadeiramente com o crescimento contínuo, sus- tentável e de longo prazo de uma comunidade sabem que o amadurecimento de uma cidade não acontece por acaso: ele nasce da persistência, da visão de futuro, do esforço coletivo e, principalmente, da coragem política de transformar ideias em políticas públicas permanentes.

Às vésperas de completar 200 anos, Montes Claros parece ter chegado a esse ponto. Depois de uma década inteira dedicada à construção de um ecossistema de inovação — envolvendo formação de atores, eventos, premiações, articulações com universidades, diálogos com o setor produtivo e sucessivos movimentos de transformação digital — a cidade vive agora um de seus momentos mais simbólicos. No fim de 2025, uma notícia surpreendeu e animou toda a comunidade técnica e institucional: o prefeito enviou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 216, que institui a Política Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, cria o Conselho Municipal de C,T&I, estabelece o Fundo Municipal de C,T&I e organiza um conjunto de diretrizes que poderá redefinir o futuro econômico, científico e tecnológico da cidade nos próximos cinquenta anos.

O projeto ainda será votado, mas sua simples chegada ao Legislativo municipal já representa, para muitos especialistas, um marco histórico.

E assim, mais uma vez, a pergunta retorna: quanto tempo demora para uma cidade amadurecer?

Em Montes Claros, parece que a resposta finalmente se materializou hackathons, eventos universitários e movimentos como o Conecta MoC, a cidade deu sinais claros de que estava se posicionando como um polo regional de inovação.

Paralelamente , ocorreu a transformação digital de diversos serviços públicos. Um dos exemplos mais simbólicos foi a PRE- VMOC, que se tornou o primeiro instituto de previdência 100% digital de Minas Gerais, demonstrando que o setor público local estava disposto a adotar novas tecnologias de forma estratégica e estrutural.

No campo do reconhecimento externo, Montes Claros passou a figurar em rankings como o Connected Smart Cities e o Índice de Cidades Empreendedoras, além de receber diversos prêmios nacionais relacionados à tecnologia e gestão eficiente. Essas conquistas não foram acidentais: elas reforçaram a percepção de que a cidade estava trilhando um caminho consistente rumo a um modelo de desenvolvimento baseado em conhecimento, inovação e tecnologia — mesmo sem possuir, até então, um marco regulatório formal.

Ou seja: a maturidade que agora aparece institucionalmente começou sendo construída muito antes, em iniciativas espalhadas, mas alinhadas por uma visão comum.

A política que pode mudar os próximos 50 anos O grande mérito do Projeto de Lei nº 216 está justamente em consolidar essa visão. A partir dele, Montes Claros deixa de depender de ações isoladas, gestões específicas ou iniciativas temporárias e passa a contar com um arcabouço institucional capaz de garantir continuidade, planeja- mento e governança.

A Política Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, descrita no projeto, estabelece objetivos claros e permanentes: estimular pesquisa, fortalecer startups, atrair empresas inovadoras, digitalizar processos internos da Prefeitura, incentivar a educação tecnológica e impulsionar o empreendedorismo de base científica. Trata-se de uma política de Estado não apenas de governo.

Complementando esse eixo estratégico, o PL cria o Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, um órgão de governança que reúne representantes do setor público, de universidades, entidades empresariais e sociedade civil organizada. O conselho é, na prática, o cérebro institucional da política, responsável por monitorar, avaliar e orientar ações de inovação no município.

Mas talvez o aspecto mais transformador seja a criação do Fundo Municipal de C,T&I. Sem recursos, políticas de inovação tendem a se limitar ao discurso. Com um fundo próprio, Montes Claros passa a ter condições reais de financiar projetos de pesquisa, apoiar startups, estimular a formação de talentos, desenvolver tecnologias urbanas e modernizar serviços públicos. O fundo se torna, portanto, o motor financeiro capaz de transformar boas ideias em resultados concretos.

Uma vez aprovado, o projeto permitirá que ações antes vistas como pontuais se tornem estruturais, criando um ambiente permanente de inovação.

O debate sobre o orçamento Com a aprovação recente do orçamento municipal de 2026, estimado em R$ 3 bilhões, surge uma questão natural: qual será a fatia destinada à inovação?

Especialistas afirmam que, ainda que o percentual inicial seja modesto, a existência do fundo já representa um avanço considerável. Mais do que isso, o fundo poderá captar recursos externos — estaduais, federais, privados e internacionais — tornando-se um multiplicador de investimentos.

Montes Claros, que já figura em rankings de competitividade e empreendedorismo, pode agora estruturar uma política de desenvolvimento econômico baseada na economia do conhecimento, ampliando sua influência para toda a região.

Impactos para o Norte de Minas A adoção de uma política moderna de ciência e tecnologia por uma cidade-polo como Montes Claros não traz benefícios apenas para seu território urbano. Suas consequências se irradiam por todo o Norte de Mi- nas. Ao fortalecer o ecossistema local, a cidade se torna referência para municípios vizinhos, atraindo empresas que desejam operar na região, estimulando a criação de startups de impacto e criando oportunidades para universidades e centros de pesquisa que atendem todo o norte mineiro.

Além disso, a geração de empregos de maior qualificação tende a elevar os índices de desenvolvi- mento humano e a retenção de talentos, reduzindo a migração de jovens para outras regiões e estimulando um ciclo virtuoso de desenvolvimento regional.

Montes Claros se posiciona, assim, como um catalisador tecnológico para toda a macrorregião.

Do técnico ao popular: por que essa Lei importa para você, cidadão comum?

A pergunta que sempre surge quando se fala em inovação pública é simples: “o que isso muda na minha vida?”. A resposta, embora abrangente, é direta. A política municipal de inovação possibilita que serviços públicos se tornem mais rápidos, mais digitais e menos burocráticos. Isso significa menos filas, menos papel, menos tempo perdido e mais eficiência.

 Com o fortalecimento do empreendedorismo, a cidade passa a oferecer mais oportunidades de emprego e renda, especialmente em setores de tecnologia e serviços especializados. A educação também se beneficia, com o estímulo a projetos científicos, laboratórios, feiras de tecnologia e iniciativas que aproximam crianças e jovens da ciência.

A cidade também se torna mais segura, conectada e eficiente, incorporando tecnologias de monitoramento, mobilidade inteligente e gestão urbana baseada em dados. Além disso, pequenos negócios e startups passam a ter acesso a um ambiente institucional mais favorável, abrindo caminho para inovação econômica em diversos setores.

A inovação deixa de ser um conceito distante e passa a integrar o cotidiano da população.

 A votação que entra para a história

 A análise do Projeto de Lei nº 216 pelos vereadores será um momento decisivo. O documento representa, simultaneamente, o reconhecimento de tudo o que foi construído ao longo da última década e a possibilidade de garantir que essa construção se torne permanente e estruturada. A votação não definirá apenas uma política: definirá o futuro da cidade e a forma como Montes Claros pretende se posicionar no cenário regional e nacional nos próximos anos. Os méritos — e o reconhecimento necessário.

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