A época de chuvas e calor intenso é propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, e do mosquito pólvora (ou maruim), que transmite a febre oropouche, doença diagnosticada pela primeira vez no estado em 2024. Para que os municípios mineiros se preparem para o próximo período sazonal das arboviroses, que vai de novembro a maio, o Governo de Minas vai investir R$163 milhões em recursos estaduais para as ações de enfrentamento a essas doenças. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, durante entrevista coletiva na manhã dessa quarta-feira. “Estamos em agosto, mas temos mosquitos e vírus circulando no estado e precisamos estar preparados antes do período chuvoso”, destacou.
“Vivemos, em 2024, o pior ano da nossa história de casos arboviroses, com mais de 1,6 milhão de casos. Não podemos esquecer que os ovos do Aedes estão depositados em diversos locais e, logo, logo já volta a chover. Então, cada cidadão mineiro precisa fazer sua parte e limpar os reservatórios passíveis de ter água parada, como pratos de plantas, calhas e ralos, para quando chegar a chuva não ter nenhum ovo ali próximo de eclodir”, alertou o secretário.
“Já a febre oropouche é uma doença causada por outro mosquito, o maruim, e que está nos planos de contingência, porque já temos mais de cem casos confirmados em Minas. Esse transmissor tem vínculo com locais com acúmulo de matéria orgânica, folhas ou bananeiras. Então precisamos redobrar os cuidados”, explicou Fábio Baccheretti.
INVESTIMENTOS – Do total que será investido, R$120 milhões se referem a custeio livre para que os municípios planejem as ações de acordo com cada território, sendo R$90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$30 milhões nos primeiros meses de 2025. Os recursos poderão ser utilizados ainda no enfrentamento às doenças transmissíveis agudas causadas por vírus respiratórios, que também são caracterizadas como emergência em saúde pública.
Outros R$28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de Ultra Baixo Volume (fumacê), estratégia de combate ao vetor das arboviroses. Além disso, serão destinados R$15 milhões para a continuidade dos trabalhos dos drones, estratégia inovadora que pretende mapear locais com água parada. Também em situações em que o Agente de Combate a Endemias tenha dificuldade de acesso o veículo aéreo não tripulado (Vant) poderá fazer uso do larvicida, eliminando focos do Aedes aegypti.
“Todos os municípios conseguem ter acesso aos drones que mapeiam e descobrem onde tem risco de água parada, acúmulo de lixo ou locais que podem ser criadouros do mosquito. E a descentralização do fumacê, com gestão pelos consórcios, vai dar mais agilidade para conseguirmos matar os mosquitos adultos”, ressaltou Baccheretti.
PREVENÇÃO, CONTROLE E COMBATE – Nos dias 12 e 13 de setembro, a SES-MG, em parceria com a Organização Panamericana da Saúde (Opas), Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vai realizar capacitação presencial e virtual de manejo clínico das arboviroses aos profissionais de saúde dos municípios sede das microrregionais, unidades regionais de saúde (URS) e nível central da secretaria. Logo após, terão início as oficinas regionais sobre o plano de contingência, com foco na preparação e resposta para o próximo período sazonal. Também, a partir da segunda semana de setembro, até o final de novembro, a Secretaria de Estado de Saúde vai realizar seminários macrorregionais do estado para oferecer capacitação presencial sobre arboviroses aos profissionais de saúde.