O deputado Ricardo Campos, do PT, denunciou em discurso da tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a falta de compromisso do Governo do Estado na execução dos orçamentos aprovados, em favor da preservação hidrográfica e ambiental do Estado. O petista o fez na primeira reunião ordinária do ano, realizada na semana passada. Ele chegou a defender investigações para saber o paradeiro dos recursos destinados para o setor.
Como presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco e através da Comissão de Assuntos Municipais, Ricardo Campos apresentou requerimento solicitando informações sobre a utilização dos recursos do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro), aprovado na Lei Orçamentária para o biênio 2021-2022.
RESPOSTA – Em resposta ao questionamento do parlamentar, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável, apresentou relatório lacônico, abordando apenas sete tópicos orçamentários, sem oferecer qualquer detalhamento das ações executadas com os recursos provenientes de um orçamento que ultrapassava os R$65 milhões.
“O absurdo maior surge na total ineficiência do governo de Romeu Zema na gestão desses recursos. Dos mais de R$60 milhões destinados ao Fhidro para o biênio 2021-2022, apenas cerca de R$5 milhões foram efetivamente utilizados. Isso representa menos de 10% do orçamento aprovado. Isso comprova que o governador não se importa com nossas bacias e nem com o meio ambiente, nunca se importou na verdade”, ressaltou o deputado.
Segundo o político norte- -mineiro, os comitês de bacias hidrográficas desempenham papel crucial na conservação ambiental, porém, em sua maioria, operam em condições precárias devido à falta de estrutura. “É inaceitável que, diante da disponibilidade financeira comprovada, a boa vontade, a competência e o respeito ao povo mineiro ainda estejam ausentes”, criticou.
De acordo com o petista, “outro exemplo gritante dessa negligência por parte do governo em relação às questões ambientais do estado é o caso do Programa Bolsa Verde, que teve um orçamento aprovado de mais de R$20 milhões, porém, menos de R$500 mil foram efetivamente aplicados, ao longo de dois anos do biênio 2021/2022, para a conservação e ampliação da cobertura vegetal nativa”.
Insatisfeito com o que classificou como omissão do governo, Ricardo Campos reforçou a necessidade de se realizar investigação sobre a real aplicação e execução dos recursos aprovados na Lei Orçamentária, por parte do governo de Minas. “O povo mineiro merece transparência e prestação de contas sobre o destino do dinheiro do Fhidro e de outros fundos destinados à proteção ambiental”, finalizou o parlamentar.