O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Arlen Santiago, do Avante, propôs moção de repúdio no parlamento contra a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O motivo chamou a atenção da ALMG. Conhecido entre seus pares como crítico contumaz do PT, o parlamentar saiu em defesa do ex-secretário de Planejamento e Gestão do governo Fernando Pimentel (2015-2018) Helvécio Magalhães (PT) após a ministra exonerá-lo do Ministério da Saúde, há poucos dias.
Para Arlen Santiago, Helvécio, que, desde o início do governo Lula, do PT, era secretário de Atenção Especializada à Saúde, teria sido demitido para encobrir “falhas” da ministra. “Aí, ela escolhe Minas Gerais para destilar o seu ódio (…), e demite o doutor Helvécio, um mineiro, que como todos os seres humanos têm suas falhas, mas têm suas grandes virtudes”, criticou o deputado, em plenário, no último dia 21.
O ex-secretário de Atenção Especializada à Saúde foi exonerado após a CEO da Potenza – empresa de consultoria e assessoria empresarial -, Grasielle Oliveira Esposito, se apresentar em seu nome, mesmo sem qualquer ligação com o Ministério da Saúde, em uma visita ao Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro. Além dele, o então diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles, foi demitido após reportagem mostrada pelo Fantástico em 17 de março.
A insatisfação do deputado foi provocada pela interlocução que Helvécio fazia entre Minas Gerais e o Ministério da Saúde. “A senhora está usando um subterfúgio e pegando um homem de bem, como o doutor Helvécio, que as pessoas vão lá no ministério para poder mostrar os problemas em Minas e ele tem sido a mão solidária para não só nos ajudar, mas ajudar todo o Brasil”, acusou o presidente da Comissão de Saúde, que, ao concluir o seu pronunciamento, disse que “Minas não pode se calar”.
CRÍTICAS – Desde o governo Fernando Pimentel que Arlen Santiago tem sido um dos maiores críticos do PT na Assembleia Legislativa, em seus pronunciamentos na tribuna. Eleito em 2022 para cumprir o sétimo mandato consecutivo na AL, o deputado não para de criticar o partido do presidente Lula e também o governo petista. Durante a campanha eleitoral, ele foi um dos primeiros a hipotecar apoio à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL. Além disso, atuou em suas bases eleitorais, sobretudo no Norte de Minas, para aumentar a votação do ex-presidente, que acabou derrotado pelo petista.