A Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIBSUS) aprovou, na última sexta-feira (7/6), a habilitação de 12 unidades de suporte avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para a utilização de tenecteplase no atendimento a pessoas vítimas de infarto agudo do miocárdio. A iniciativa, solicitada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun), contempla unidades do SAMU atuantes nas áreas de jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) e das Gerências Regionais de Saúde (GRS) de Januária e Pirapora.

Conhecido no contexto médico como trombolítico ou fibrinolítico, a tenecteplase é uma substância ativa de metalyse e atua estimulando a dissolução de coágulos sanguíneos. No caso do infarto agudo do miocárdio, o fluxo de sangue para o músculo do coração é interrompido por um coágulo e o trombolítico atua na sua dissolução. Na prática, desde 2017 o Cisrun já utiliza o tenecteplase nas unidades móveis de suporte avançado do SAMU.

A decisão formalizada pela CIBSUS na habilitação de 12 unidades móveis para o uso do medicamento objetiva obter do Ministério da Saúde o custeio dos atendimentos prestados a vítimas de infarto agudo. Para a obtenção do custeio dos atendimentos, o SAMU deverá fazer os registros pré-hospitalares no aplicativo BPA-Mag, sistema mantido pelo Ministério da Saúde que viabiliza a captação do atendimento ambulatorial nos serviços que integram o SUS. Cada ampola de 40 miligramas de tenecteplase custa mais de R$ 5,6 mil.

Referência técnica da Coordenadoria de Redes de Atenção à Saúde na SRS de Montes Claros, Denilson Paranhos Costa explica que, de acordo com a decisão tomada pela CIB-SUS, as unidades de suporte avançado do SAMU que estão habilitadas para o uso do tenecteplase atuam nos municípios de Montes Claros (duas unidades), Bocaiúva, Brasília de Minas, Francisco Sá, Janaúba, Januária, Manga, Monte Azul, Pirapora, Salinas e Taiobeiras.

Sobre a importância da habilitação de unidades móveis para o uso do tenecteplase, o cardiologista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Daniel Silva Ramos lembrou que o infarto agudo do miocárdio é uma das maiores causas de óbitos. “A probabilidade de morte de uma pessoa vítima de infarto é de 50%. Para reduzir essa estatística, a habilitação de unidades do SAMU para o uso do trombolítico é de suma importância, visando agilizar os atendimentos antes de a pessoa ser levada para um hospital, sobretudo numa região de grande extensão territorial como o Norte de Minas e, onde os serviços de alta complexidade em cardiologia estão centralizados em Montes Claros”, lembrou o médico.

Além do uso do trombolítico, as unidades de suporte avançado do SAMU são equipadas com aparelhos de ultrassonografia e eletrocardiograma, que realizam exames dentro das ambulâncias e os envia em tempo real para a Central de Regulação identificar as lesões em pacientes em situação crítica de saúde.