Nos últimos quatro anos, a cada dia, uma média de 14 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose em Minas Gerais, num total de 20 mil 363 casos notificados. No mesmo período outras 1 mil 735 pessoas morreram em razão da doença, entre casos gerais e demais causas associadas (comorbidades).
Em sintonia com as organizações mundiais, que também respondem pelo tema da campanha: “Sim, nós podemos acabar com a tuberculose!”, em 2023 o Ministério da Saúde e a SES-MG estabeleceram a campanha nacional para a eliminação da doença – Brasil Livre da Tuberculose e o Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, estratégias para o período 2023-2026. As ações se juntam à estratégia global de enfrentamento denominada “Stop-TB”.
O Comitê Mineiro para o Controle Social da Tuberculose, que integra a Coordenação de Hanseníase e Tuberculose (CHT) promove a participação da sociedade civil nas ações de advocacy (defesa e argumentação em favor da causa), comunicação e mobilização social. O Comitê é formado por órgãos públicos, entidades não governamentais, pessoas acometidas pela tuberculose e por quem vive com o HIV/Aids ou outras comorbidades, interessados em apoiar ações de controle da tuberculose.
AVANÇOS – Durante o Workshop, o subsecretário de vigilância em saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi frisou que a tuberculose é um agravo que está no centro da agenda estadual e que “o encontro possibilita discutir avanços, estratégias e planos de ação para caminharmos com as políticas públicas de saúde e avançarmos no controle da tuberculose em Minas”.
Ao apresentar as estratégias e ações implementadas no ano passado, a coordenadora de Hanseníase e Tuberculose da SES-MG, Maíra Veloso disse que “em 2023 realizamos ações importantes, como o lançamento do Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose; a instituição do teste rápido LF-Lam (teste realizado em amostra de urina para diagnóstico da tuberculose ativa em pessoas vivendo com HIV) e a instituição do Comitê Mineiro para o Controle Social da Doença”.
No âmbito das propostas de trabalho definidas para 2024, Maíra Veloso destacou a prioridade na expansão do tratamento preventivo da tuberculose, o fortalecimento de estratégias de investigação de contatos e a qualificação do diagnóstico.
Segundo a referência técnica em Diagnóstico de Micobacterioses do Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas da Funed, Élida Aparecida Leal, a Fundação trabalha de forma contínua e em parceria com a coordenação estadual, para ampliar o portfólio de exames relacionados à tuberculose.
Artemir Coelho de Brito, da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministério da Saúde (CGTM-MS) apresentou o cenário epidemiológico no Brasil e destacou o trabalho desenvolvido em Minas Gerais, especialmente considerando a extensão territorial e as particularidades de cada região do estado.
“Muitas vezes, os trabalhos desenvolvidos aqui, com foco no controle da tuberculose, extrapolam o território e se tornam referência para o país”, afirmou Artemir.
De acordo com o consultor nacional da Opas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Tuberculose no Brasil, Kleydson Andrade, Minas Gerais produz discussões de alto nível, o que sinaliza a capacidade do estado para avançar, não só no controle da tuberculose, mas também na eliminação da doença no território mineiro.