Morador do município de Madalena, no Ceará, o apicultor Luís Gonzaga de Sousa Neto destaca que o apoio do MIDR tem feito diferença para os produtores da região. “Esta parceria possibilitou a abertura de portas e gerou novas oportunidades. Aqui, nós tivemos acesso a kits de produção, a equipamentos de proteção individual e ganhamos muito conhecimento também. Porque muitos entram na apicultura, alguns por necessidade, outros por curiosidade, e muitas vezes tem essa falta de conhecimento mesmo. E a Rota do Mel veio favorecer nesse sentido, assim como o Centro de Inovações e Tecnologia do IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará), que nos deu vários cursos”, afirma.
O presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas, Luciano Fernandes, também estaca a importância da parceria com o Governo Federal. “Com o investimento do MIDR no norte de Minas, por meio da apicultura, foi possível trabalhar na produção, no processamento e também conseguimos promover abertura de mercado por conta da questão das boas práticas”, conta. “Agora, temos muita gente trabalhando na apicultura, que é uma área essencial para o desenvolvimento da nossa região”, completa.
O MIDR também está investindo na criação de polos da Rota do Mel em mais dois estados. Em Pernambuco, a Pasta destinou R$ 2,4 milhões para a construção de três casas de mel e na compra de equipamentos. O lançamento oficial do polo, denominado Polo do Sertão do Pajeú, está marcado para o dia 7 de dezembro.
No Paraná, R$ 575 mil foram investidos em um programa-piloto de melhoramento genético, que vai atender todos os polos da Rota do Mel. Denominado Polo do Sudoeste do Paraná, o polo será implementado em março de 2024. As discussões já foram feitas com as instituições e apicultores em oficina realizada em outubro na cidade de Apiguassu.
O objetivo do projeto paranaense é ampliar discussões e estratégias que possibilitem o estabelecimento de um Programa de Melhoramento Genético Animal (PMGA) nacional duradouro e eficiente sob o ponto de vista da produção animal. Serão elaboradas metas de curto, médio e longo prazo, junto a apicultores, pesquisadores, técnicos extensionistas e autoridades governamentais, para que o Brasil possa ter um plano claro de execução para o estabelecimento do PMGA.
Um projeto-piloto, com duração média de dois anos, será realizado na região Sudoeste do Paraná, com o objetivo de modelar todo o processo de coleta de dados, treinamento de apicultores, avaliação genética, seleção dos melhores materiais, reprodução, estabelecimento do material selecionado a campo e monitoramento de resultados.
Ao final desse período, os resultados alcançados, assim como todas as estratégias de sucesso e os gargalos, serão apresentados aos integrantes da cadeia produtiva da apicultura nacional, com o objetivo de ampliar as discussões e refinar as metas almejadas. Além de Pernambuco e do Paraná, o MIDR também tem demanda para criação de polos da Rota do Mel nos estados de Sergipe, Tocantins, Paraíba, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
A secretária Adriana Melo destaca que a cadeia da apicultura e da meliponicultura é altamente inclusiva, pois trabalha com a perspectiva de gênero. “Diversas comunidades lideradas por mulheres têm protagonismo no desenvolvimento desse setor produtivo no país. É uma cadeia que também envolve o componente da sustentabilidade, devido à polinização, que é feita pelas abelhas nos diversos biomas onde essa rota se desenvolve”, afirma. “A Rota do Mel é fortemente ligada a outros setores produtivos, envolve diversos polos, na Amazônia, na Caatinga, nos estados do Sudeste e do Sul. Portanto, é uma Rota da Integração Nacional de fato, pois leva a qualidade do mel do nosso país pelo mundo afora”, completa.
O Programa Rotas de Integração Nacional foi atualizado em agosto de 2023 com a proposta de dar ênfase a ações com foco em sustentabilidade e inovação e na inserção de mulheres e jovens no processo produtivo. Outra inovação foi o incentivo à criação de startups e a busca por parcerias com universidades e institutos de ensino e pesquisa, de forma a encontrar soluções mais eficientes para as necessidades de cada arranjo produtivo local.
A iniciativa inclui um conjunto de estratégias, como assistência técnica, capacitação, extensão universitária, inovação na gestão, fortalecimento da governança, pesquisa e disseminação do conhecimento, aperfeiçoamento de instrumentos de arrecadação e de gestão de serviços, desenvolvimento de metodologias de monitoramento e avaliação de políticas e programas e o apoio à elaboração de projetos integrados para o desenvolvimento regional e ordenamento territorial.
Atualmente, o MIDR reconhece, em todo o País, quatro polos da Rota do Açaí; seis da Rota da Biodiversidade; três da Rota do Cacau; 15 da Rota do Cordeiro; duas da Rota da Economia Circular; cinco da Rota da Fruticultura; seis da Rota do Leite; nove da Rota do Mel; quatro da Rota da Moda; oito da Rota do Pescado; e quatro da Rota da Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC).
No último fim de semana, o MIDR participou do Congresso de Apicultura e de Meliponicultura do Brasil, promovido pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA). Em parceria com a Codevasf, a Pasta montou um estande de divulgação da rota. O MIDR participou, ainda, da abertura do congresso e fez uma palestra técnica aos participantes.