A Associação Mineira de Municípios (AMM) concluiu, nessa sexta-feira, 6, uma pesquisa com os municípios mineiros que aponta a falta de vacinas em todas as regiões de Minas Gerais. A pesquisa foi realizada com prefeitos e gestores de saúde, entre os dias 3 e 5 de setembro. Responderam ao questionamento da AMM, 211 gestores de todas as regiões do estado. Todos os municípios relataram falta de algum tipo de vacina.
As várias reclamações dos gestores mineiros por falta de vacinas e a carência de explicações concretas pelos órgãos competentes pela compra e distribuição dos imunizantes motivaram a consulta da AMM. Segundo o presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano, Dr. Marcos Vinicius, que é médico, a situação em Minas Gerais é alarmante. “Se não houver a regularização da distribuição das vacinas aos municípios, podemos ter um surto de várias doenças em Minas Gerais”, alerta. “A pesquisa vem evidenciar a realidade que os prefeitos estão passando. Um verdadeiro caos”, completa.
RELATOS – Entre os principais problemas identificados pelos gestores ouvidos pela AMM está a dificuldade significativa das aplicações devido à falta crônica de vacinas específicas, o que impacta a imunização e cobertura vacinal; Segundo a maioria, é preciso melhorar a logística, otimizar a distribuição, considerar frascos unidoses para reduzir desperdício e garantir maior fornecimento durante as campanhas vacinais; A maioria dos entrevistados relatou atrasos de abastecimento de mais quatro meses. Porém, há municípios com atrasos de até dois anos; Alguns municípios relataram que estão perdendo a oportunidade de vacinar e que os cartões das crianças estão ficando em atraso.
A AMM já pediu explicações ao Ministério da Saúde, responsável pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), em ofício protocolado no dia 2 de setembro. Até o momento, não houve resposta oficial à entidade. “O município é o responsável pela aplicação das vacinas. Sem os imunizantes, a população cobra é do prefeito, que não tem culpa. Já pedimos explicações ao Ministério da Saúde e não obtivemos respostas. Vamos agora enviar essa pesquisa e ver se eles se sensibilizam com a gravidade da situação em Minas Gerais”, explica Dr. Marcos, que é também vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM).