O vereador Rodrigo Cadeirante, da Rede, citou os recentes apagões em São Paulo para criticar a tentativa do governador Romeu Zema, do Novo, de privatizar a Cemig, responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Minas Gerais. Em pronunciamento da tribuna da Câmara Municipal, na reunião dessa terça-feira, ele voltou a manifestar sua insatisfação com a possibilidade de a empresa ser entregue à iniciativa privada, juntamente com a Copasa, gestora do saneamento. Evocou, então, a privatização do setor elétrico em São Paulo, onde a italiana Enel está sendo colocada à prova após os apagões que atingiram mais de 500 mil imóveis apenas na capital, há poucos dias, causando prejuízos financeiros de grande monta.
Disse que o ocorrido em São Paulo deve servir de alerta para o que pode ocorrer também em Minas Gerais e em Montes Claros, caso Zema consiga seu intento. Rodrigo Cadeirante já se manifestou várias vezes contra a privatização das duas empresas. Os mais prejudicados, segundo ele, seriam os funcionários concursados e a parcela mais vulnerável da população, aquela que mais precisa das políticas públicas. “Como empresa privada não tem responsabilidade social, os mais pobres perderiam subsídios, como a tarifa social, que reduz valores cobrados nas contas de energia e água”, alertou.
O vereador considera incoerente a justificativa de rombo nas contas públicas, apresentada pelo governador, para defender a privatização. “Ao mesmo tempo ele isenta de tributos as locadoras de veículo, que são as maiores doadoras das campanhas eleitorais dele e de seus aliados. Penso que configura crime receber doação de empresa particular em período eleitoral e depois produzir lei para beneficiá-la”, afirmou.
Para reforçar sua posição contrária, Rodrigo Cadeirante citou outra privatização, a da BR-135, cujo beneficiário é outro empreendimento com participação acionária de origem italiana, a Ecovias. Lembrou que a concessionária está envolvida em irregularidades na administração de rodovias pelo país, já tendo sido condenada. Coincidentemente, a companhia responsável pelo setor elétrico em São Paulo também é italiana, o que fez o vereador ironizar: “será que tudo vai terminar em pizza?”.