O presidente Lula, do PT, retorna a Minas Gerais nesta sexta-feira, 29. Além da cidade de Contagem, na Região Metropolitana, ele visita Montes Claros, para participar da solenidade de inauguração da Acelen Agripark Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial, projeto de transição energética, que visa a produção e o plantio de mudas de coco de macaúba voltados para a fabricação de combustível renovável para a aviação.
O empreendimento da Acelen Renováveis conta com investimentos da ordem de R$ 314 milhões, dos quais R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto será desenvolvido em parceria com produtores rurais do Norte de Minas. O presidente retorna à cidade atendendo a pedido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e de outros aliados como o deputado federal Paulo Guedes, do PT.
A inauguração do projeto de energia renovável está marcada para 14h30, na sede do empreendimento, às margens da MCG135, que liga Montes Claros a Januária, na comunidade da Lagoa da Tiririca, perto do distrito de Nova Esperança, a 23 quilômetros da área urbana. A agenda em Contagem deverá ser cumprida pela manhã e em Montes Claros à tarde.
VISITAS – O retorno de Lula a Minas Gerais será a sétima visita do petista ao estado em seis meses. Em abril deste ano, ele esteve em Montes Claros para anunciar investimentos na fábrica da farmacêutica Novo Nordisk. Além de Contagem e Montes Claros, o presidente também já esteve este ano em Campo do Meio, Betim, Ouro Branco, Mariana e Minas Novas, local de sua última viagem ao território mineiro, em 24 de julho passado.
A Acelen Renováveis pertence à Mubadala Capital, uma companhia global de gestão de ativos com sede em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), criada para participar na transição energética global. A empresa divulga o lançamento de seu projeto no Norte de Minas como um “momento histórico na transição energética do Brasil e do mundo”. De acordo com a companhia, o Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial Acelen Agripark será voltado ao desenvolvimento da cadeia produtiva da macaúba, planta do Cerrado brasileiro com alto poder energético.
O empreendimento vai ocupar uma área de 138 hectares, dos quais 59 hectares serão destinados a experimentos (com oito áreas experimentais e uma de controle). O local terá capacidade de germinar 1,7 milhão de sementes de macaúba por mês e produzir 10,5 milhões de mudas da espécie por ano.
A Acelen firmou parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que, por meio de pesquisa em um de seus laboratórios da área de biologia, conseguiu reduzir significativamente o período de dormência (diminuiu o tempo de germinação) da semente de macaúba.
O projeto da empresa de capital dos Emirados Árabes Unidos prevê o cultivo de mudas de macaúba em parceria com produtores rurais de Minas Gerais e da Bahia, visando alcançar o plantio da palmeira em 180 mil hectares de áreas de pastagens degradadas, sendo que 20% das plantações serão destinadas à agricultura familiar e a pequenos produtores.
Ainda conforme informações divulgadas pela Acelen, o projeto prevê a obtenção de dois produtos a partir do óleo do coco de macaúba: o biodiesel renovável, ou diesel verde (HVO), e o Combustível Sustentável da Aviação (SAF). Os dois biocombustíveis têm potencial de reduzir 80% das emissões de CO2, em comparação com os combustíveis fósseis, isso sem considerar o sequestro de carbono, destaca a investidora.