As feiras estão presentes 614 cidades de Minas e acontecem semanalmente em 73% delas. “A comercialização nas feiras traz um aumento de até 30% na minha receita mensal”, relata a produtora Maria Eduarda Ribeiro Martins e o marido Ney Rodrigues, da localidade rural de Camela, em Montes Claros, na Avenida Flamarion Wanderley, Bairro São José, há anos, às quintas-feiras – tarde/noite, até às 21h30, vendendo milho assado, cozido e espigas para fazer mingau, purê, entre outros.
O casal trabalha também na feira livre na Praça da Igreja Rosa Mística, no Jardim São Luiz, às terças-feiras – tarde/noite. A presidente da Associação dos Moradores do São José, Rita Cristina coordena a feira naquele bairro central da cidade, que tem movimento aumentado principal ente à noite com centenas de pessoas lotando aquele espaço da praça de caminhadas matinais, durante a tarde e noite.
As feiras livres são uma tradição mineira. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), 614 municípios mineiros têm feiras livres, e mais 58 cidades estão em fase de implantação. Mas existem outras feiras a do Grande Major Prates aos domingos de manhã há mais de 32 anos, dirigida por Loranildo Araújo, o Nêgo, presidente da Associação dos Feirantes do maior bairro da cidade.
Além do Major, surgiram as feiras livres do Grande Independência, que são realizadas às noites de sexta-feira e quinta-feira, no Alto da Boa Vista, bem como de condomínios às margens da BR-365, saída de Montes Claros – Pirapora.
NORTE DE MINAS
As taxas das barracas variam entre R$ 5 a 10 anos nas diferentes feiras livres de Glaucilândia e da agricultura familiar que ocorrem sextas-feiras à noite em Monte Azul, Serra Geral e em Glaucilândia, na Praça da Igreja Católica, aos domingos de manhã com muitas barracas com produtos naturais e shows musicais.
BR-135
Outra feira importante é a realizada diariamente às margens da BR-135, nas localidades de Cabeceiras I e II, perto do Restaurante de Raimundo do Frango Caipira.
Outra que não deixa a feira livre do São José é a comerciante Rosa Sebastiana, a Rosa do Acarajé, nos Bairros Major Prates e São José, Praça Dr. Carlos, hipercentro da cidade.
A feira do Jardim Palmeiras/ Delfino Magalhães também tem rendido bons frutos, afirma ao NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS, o presidente da Associação dos Moradores, mais conhecido como Zé Branco. Há 18 anos, dezenas de feirantes mantêm suas barracas aos domingos de manhã até as 13 horas e atrai produtores de várias regiões do Norte de Minas, Juramento, Glaucilândia, Lagoinha, entre tantas outras localidades rurais de Montes Claros e região.
Outros pontos existentes em Montes Claros são os Mercados Central na Avenida Deputado Esteves Rodrigues (Sanitária) – Marechal Deodoro – centro, Sul na Rua Melo Viana/Leonel Beirão – antigo Bairro Morrinhos, Ponto de ônibus da Socomil, bem como os sacolões e supermercados espalhados por toda a cidade, além da zona rural do município.
MORRINHOS
Agora, está sendo criada a feira livre dos Morrinhos, na Rua Humaitá (Praça dos Catopês) por um grupo formado pela liderança Carlos Coelho.
Um total de 9% dessas feiras tem registro diário da passagem de mais de 500 pessoas, e a maioria dos eventos conta com a frequência de até cem pessoas por dia. A forma de comércio é vantajosa tanto para os expositores quanto para os clientes nas feiras de Montes Claros e do Norte de Minas, como a venda de linguiça, bolos, biscoitos, rapadura, cachaça, farofa, frango abatido, óleo de pequi, açafrão, temperos, doces, corante, cereais, frutas, legumes, hortaliças, queijo, requeijão, entre tantos outros produtos regionais.
Para os compradores, as feiras são uma oportunidade de encontrar frutas e verduras frescas, colhidas no mesmo dia, produtos que não são encontrados nos grandes comércios e mercadorias de processamento artesanal.
Já para o produtor, a vitrine é a principal vantagem. Assistida pela Emater, Camila Leonel e o marido dirigem a Dfumô da Serra, município. Na avaliação dela, “é uma abertura de portas e uma oportunidade única de expansão de mercado.
As feiras são imprescindíveis para quem deseja crescer, galgar outros mercados, conhecer outros produtores e até mesmo aprender”. As feiras trazem para o negócio dela um aumento de até 20% na receita mensal dela. A produtora oferece mais de 40 produtos, com destaque para o biscoito de torresmo, o torresmo de rolo, o kit feijoada e os fatiados para as tábuas de frios. As vendas da Dfumô da Serra são feitas on-line, por delivery e em pontos de revenda, mas ela avalia que a presença nas feiras livres é um facilitador.
Para incentivar a prática, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Emater distribuíram 550 kits feira livre nos últimos dois anos, beneficiando mais de 250 municípios mineiros, entre eles, os da região norte-mineira. Cada conjunto é formado por barracas, jalecos e caixas plásticas. Nas feiras, além dos hortifrutigranjeiros, são comercializados produtos do agroextrativismo (como o pequi), mel, processados e artesanato.
