A Secretária de Estado de Saúde (SES-MG) destacou avanços na área da saúde da mulher que vêm sendo realizados no estado, por meio de ações e investimento do Governo de Minas, em audiência da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nessa terça-feira. As ações, relacionadas ao diagnóstico do câncer de mama e a assistência às pacientes no estado, foram detalhadas pelo secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti.
“Temos que garantir do início ao fim a experiência da paciente dentro da rede de assistência. Para isso, renovamos os mamógrafos analógicos para digitais no estado inteiro, com investimentos de R$75 milhões para 46 municípios, o que é um avanço enorme no diagnóstico’, apontou. O secretário também destacou a criação de um sistema de critérios de rastreio, pela qual a mulher na faixa etária elegível tenha acesso anualmente à mamografia.
Segundo Baccheretti, por meio do laudo de rastreio, será verificada a indicação do ultrassom complementar, de uma consulta e da biópsia, caso necessário. “A mulher será avaliada do início ao fim e, para que isso ocorra, o Estado irá beneficiar os municípios e prestadores com valores destinados por eixos e prazos cumpridos”, explicou.
REVISÃO DO OPERA MAIS – Fábio Baccheretti também informou que os procedimentos oncológicos serão incluídos na próxima revisão do programa estadual Opera Mais. “É mais um passo importante para que acelere a execução desses procedimentos e a conclusão do tratamento da paciente”, ressaltou.
O secretário também informou que está em andamento o projeto para a criação de um aplicativo para se somar às iniciativas. “Vamos disponibilizar, em breve, na palma da mão da mulher, a opção de marcação da mamografia, da consulta e que ela acompanhe todo o processo”, anunciou.
Segundo ele, a nova tecnologia, além de facilitar o processo de agendamento, também vai permitir o envio do diagnóstico para a equipe da atenção primária do município de residência da paciente e ao Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) para dar início ao tratamento.
ESTRATÉGIAS – O presidente da Comissão de Saúde da ALMG, deputado Arlen Santiago, do Avante, apresentou os dados do câncer de mama que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o segundo tumor mais comum entre as mulheres. “É de suma importância elaborar estratégias de mudança e aperfeiçoamento do SUS e também de acesso às mamografias, exame essencial para o diagnóstico do câncer de mama, que apresenta 29,7% de incidência de novos casos e fica atrás apenas do câncer de pele”, disse o parlamentar.
O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Edivaldo farias da Silva Filho, reiterou os avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de mama no estado nos últimos anos. “Ano passado anunciamos os investimentos para a aquisição dos mamógrafos e já temos visto muitos deles, chegando na ponta, nos hospitais. Além disso, a inclusão das cirurgias oncológicas no programa Opera Mais vai melhorar o fluxo para a oncologia em todo o estado”, destacou.
Para o Promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Luciano Moreira de Oliveira, é primordial pensar na promoção e prevenção à saúde e na integralidade do cuidado. “É bastante esperançoso para nós ver essa política pública já rodando, e com novas ações a serem implementadas, já que os dados falam por si só, quando mostram a importância do câncer como uma das principais causas de mortalidade no mundo”, concluiu.
OUTRAS AÇÕES – As ações em andamento no estado contemplam a política de ampliação da média complexidade, que prevê repasses de aproximadamente R$100 milhões para execução de diversas linhas, entre elas a carteira de propedêutica de câncer de mama. Há, também, a programação de recursos de mais de R$50 milhões para execução do Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT) de oncologia.
Minas Gerais conta com 40 serviços de alta complexidade em oncologia, distribuídos pelas macrorregiões do estado, com a possibilidade de oito novas habilitações nas regiões Norte (uma), Oeste (uma), Centro (duas), Jequitinhonha (uma), Nordeste (uma) e Vale do Aço (uma).