O mercado brasileiro de máquinas agrícolas enfrenta uma fase de declínio significativo nos primeiros cinco meses de 2024. De acordo com dados compilados pela FederUnacoma, as vendas de tratores caíram 19,2%, colheitadeiras 40% e manipuladores telescópicos 28,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa contração é atribuída à redução dos incentivos para a digitalização agrícola, aos atrasos no Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR) e à estagnação das rendas no setor.
A FederUnacoma, baseada nos registros do Ministério da Infraestrutura e Transportes, apresentou esses números durante sua Assembleia Geral, destacando que apenas 6.750 tratores foram vendidos até maio, enquanto as colheitadeiras registraram apenas 100 unidades vendidas no período. A situação também afetou negativamente as vendas de tratores com plataformas de carga e reboques, embora estes últimos tenham conseguido limitar suas perdas a 2%.
A desaceleração segue um período de crescimento robusto nos anos anteriores, impulsionado por incentivos públicos para a digitalização agrícola. A diminuição desses incentivos, junto com os atrasos na implementação das medidas previstas pelo PNRR contribuíram para o cenário atual. A demanda por máquinas usadas permanece forte, representando a maior parte das transações no mercado, o que levanta preocupações sobre a idade média elevada das máquinas em operação.
A presença significativa de máquinas antigas, com mais de 22 anos de uso, representa um desafio para a produtividade, segurança e sustentabilidade do setor agrícola. Esse panorama destaca a necessidade de políticas que incentivem a renovação do parque de máquinas agrícolas, garantindo que o setor possa adotar práticas mais inovadoras e eficientes.